09/01/2018

Fanfic "Arquivo X": Libertação Total, Capítulo 1

Título: Libertação Total
Autora: Rosa Maria Lancellotti
Disclaimer: Não são meus e não estou ganhando nada com essa estória. Pertencem a 20 th Century Fox, a Chris Carter, a 1013.
Sinopse: Pós Sein und Zeit e Closure. Nesta fic, Mulder e Scully já estão envolvidos há muito tempo.
Data: Não foi datada, mas garanto que tem quase dez anos.
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1º Capítulo

Fox Mulder, após resolver o caso Amber Lynn La Pierre, resolveu dar à sua mãe um enterro decente. Pensou em pedir ajuda à sua parceira, melhor amiga e amante Dana Scully.
Estava cansado, triste, sentia-se derrotado, deitado em seu sofá de couro preto, ainda de terno e de sapatos. Não tinha forças para nada. Uma forte dor de cabeça o desanimava muito. Queria que Scully estivesse com ele, mas não conseguia nem levantar do sofá para pegar o telefone.
Seus desejos foram atendidos, pois Scully bateu a porta e entrou no apartamento.
- Mulder, eu estou entrando. – disse fechando a porta. Não obteve resposta. Caminhou até perto do sofá e sentou-se na mesinha de centro. – Pegou na mão dele e disse: - Eu estou aqui. Você quer alguma coisa?
Fox suspirou pesadamente.
- Vamos. Acabou, tudo acabou. Eu estou aqui. Minha mãe te mandou um beijo. – disse trazendo a mão dele aos lábios e beijando-a.
- Scully, – falou baixo – preciso de sua ajuda.
- Diga-me.
- Eu quero enterrar minha mãe.
- Eu te ajudo a preparar tudo.
- Obrigado.
- Não tem o que agradecer, meu anjo. – Dana respondeu com lágrimas nos olhos.
Mulder sentou no sofá e continuou segurando a mão de Scully.
- Obrigado por me amar tanto, Scully.
- Mulder, não me agradeça. Vá deitar na cama. Eu te ajudo. – dizendo isso, Scully levantou da mesinha e, segurando as duas mãos de Mulder, levantou-o do sofá. Ele, por sua vez, apoiou-se nela e caminharam até o quarto. Chegando lá, Dana fez com que Fox sentasse na cama, tirou-lhe o paletó, a gravata, o cinto, abriu os botões da camisa dele e tirou sapatos e meias. Continuou falando: – Ordens médicas. Quero que fique deitado. – ela sorriu.
- Não vai tirar minhas calças? – Mulder falou maliciosamente.
- Mulder! – Scully o repreendeu – Vou terminar de tirar a sua camisa. – ela retirou a camisa e continuou – Não vou tirar suas calças. Você as tira e eu te dou o pijama.
- OK. – Mulder levantou-se, retirou as calças e recebeu sua calça de flanela e uma camiseta. Vestiu-se e deitou-se.
Scully pendurou o paletó no armário e guardou os sapatos. As demais peças de roupas, colocou no cesto de roupa suja. Após isso, pegou o edredom e cobriu Mulder.
- Meu anjo, vou preparar um chá para você, mas, antes, vou fazer algumas ligações e acertar tudo o que você me pediu.
- Tá bom, lindinha.
- Se precisar de mim, estarei na sala. – Dana inclinou-se e beijou a testa dele. Saiu do quarto de foi para a sala.
Scully pegou o telefone, sentou no sofá e ligou para sua mãe.
- Alô? – atendeu Maggie Scully.
- Mamãe, sou eu.
- Oi, Dana. Você está bem? E o Fox?
- Está tudo bem comigo. O Fox está deitado.
- Fale, minha filha. Algo te aflige.
- Sim, mãe. O Mulder quer que eu prepare o enterro para a mãe dele. Eu só liguei para me acalmar.
- Filha, como está lidando com ele?
- Estou me controlando. Tenho consciência de que tenho de ser força para ele, não posso chorar, mas as lágrimas enchem meus olhos.
- Dana, como vocês estão?
- O nosso relacionamento?
- Sim.
- Está bem, mãe. Nós estamos indo bem. Programamos a inseminação artificial.
- Um netinho! Que bom! Cuide-se, minha filha. Dá um beijinho no meu genro, viu?
- Tá bom, mamãe. Tchau.
- Tchau, querida.
Dana desligou o telefone, levantou do sofá, foi até a escrivaninha de Mulder, procurou a lista telefônica e buscou alguns contatos.
Durante uma hora, telefonou e acertou todos os detalhes para o enterro. Só, então, foi para a cozinha, preparar o chá que havia prometido levar para Mulder. Colocou a água para ferver e procurou pelos armários, que estavam uma bagunça, as caixinhas de chá.
- Só meu anjinho para ser capaz de tirar tudo do lugar. – disse sorrindo ao lembrar de que há duas semanas havia arrumado os armários da cozinha de Mulder.
Scully acabou encontrando o que queria e terminou de preparar o lanche. Pôs em uma bandeja a xícara com o líquido fervente e um pratinho com duas torradas com geleia. Levou para o quarto.
Chegando ao cômodo, dirigiu-se a cama, onde sentou. Colocou a bandeja no criado mudo e começou a observar o homem deitado a sue lado.
Mulder continuava deitado de lado, assim como Scully havia o deixado. Dormia encolhido, envolto pelo edredom. Seu rosto demonstrava cansaço, tristeza, com certeza estava carente. Precisava dela. A cena a entristeceu e as lágrimas correram por seu rosto.
- Anjinho, acorda. – Dana o chamava delicadamente, chorando e acariciando os cabelos de Mulder, que foi abrindo lentamente os olhos. – Oi. – disse Scully vendo que ele havia acordado.
- Lindinha, você está chorando. – disse Fox sentando na cama – O que foi?
- Nada. Eu estou cansada. Só isso. – enxugou as lágrimas e continuou: – Trouxe chá com torradas para você. – apontou o criado mudo.
- Oh, meu amor! Não precisava.
- Mulder, você tem de se alimentar. – disse passando a xícara para ele.
- Tá bom. – pegou a xícara e sorveu o chá – Obrigado, querida.
- Coma as torradas. – ordenou Dana pegando uma das torradas do prato – Eu dou na sua boquinha. – disse levando o pão à boca do amado que deu uma bela mordida.
- Que delícia! Geleia de morango! – Fox sorriu. Era um sorriso triste, mas extremamente sincero – Você vai me acostumar mal.
- Eu gosto de mimar você, Mulder.
- Você gosta de ser mimada? – perguntou Mulder tirando o pão da mão da amada, molhando-o no chá e mordendo-o.
- Acho que toda mulher gosta. Eu adoro quando sou mimada por você. Agora, você acaba de comer. Vou telefonar para mamãe.
- Dê um beijo na Maggie por mim.
- Pode deixar. Meu anjo, eu já resolvi tudo.
- Obrigado.
- Não gosto quando você me agradece.
- Lindinha, eu sou grato por todos esses anos. Você que é meu anjo da guarda.
- Tá bom. – Dana disse levantando-se da cama e saindo do quarto. Voltou para a sala e ligou para Margareth Scully.
- Filha? – atendeu Maggie.
- Como a senhora sabia? – respondeu Dana.
- Estava pensando em você, querida. Resolveu tudo?
- Sim. Ah, o Fox mandou um beijo.
- Diga a ele que amanhã ele poderá me dar o beijo.
- Por quê?
- Eu vou ao enterro com vocês. Preciso te ajudar a se segurar. E o Fox precisa de mãe.
- É. Eu iria pedir ajuda mesmo, mamãe.
- Ele está bem?
- Um pouco melhor. Eu preparei um chá com torradas para ele.
- Que bom! E você? Como está? Conte-me a verdade.
- Fisicamente, estou bem, mãe, mas psicologicamente, não sei bem. Sinto carência. Mulder também está carente, por isso estou tentando ser o mais forte do que posso. Não sei se consigo.
- Dana, você sempre conseguiu.
- Sim. Continuo conseguindo, mas, quando estamos sozinhos, eu esqueço todas as barreiras, deixo que ele me veja do jeito que sou. Estou errada?
- De jeito algum, filha. Está correta. Tente suprir a carência de menino.
- A senhora tem razão.
- Vai ficar tudo bem. O amor é um santo remédio.
- Reze por nós, mamãe.
- Rezo para vocês todos os dias. Querida, o Bill chegou para jantar. Conversamos depois. Tchau.
- Tchau. – Dana desligou o telefone.
Nesse momento, Fox vinha entrando na sala. Foi até a cozinha, deixou o prato e a xícara na pia. Voltou à sala. Sentou-se ao lado de Scully, que logo perguntou preocupada:
- Mulder, você está bem?
- Estou. E você?
- Eu estou bem, querido. – Scully disse abraçando-o e encostando a cabeça no tórax dele. Mulder retribuiu o abraço. – Eu já te disse. Estou cansada. Só isso.
- Eu sou culpado pelo seu cansaço. Você passou várias noites acordada comigo, tentando me controlar.
- Não se sinta culpado, Mulder. Estou retribuindo anos de proteção. E também é por amor. Anjo, eu te amo tanto, não posso te deixar carente, sofrendo, frágil, sem te ajudar.
- Scully, eu só preciso que você me faça quatro favores. Depois, eu te libero, lindinha.
- Só quatro? – Scully disse olhando-o nos olhos, sem sair do abraço – Faço quantos favores você quiser.
- Quero que chame sua mãe para ir ao enterro.
- Já chamei. Aliás, ela se ofereceu para ir conosco.
- Chame o Skinner.
- Por quê?
- Alguém precisa dirigir o carro. Afinal, como me disse: precisa ficar ao meu lado.
Os dois aproximaram seus lábios e iniciaram um daqueles beijos que os deixou perder a noção do tempo. Após alguns minutos, separaram-se ofegantes.
- E os outros dois favores? – Dana perguntou acariciando o rosto de Fox.
- Queria um beijo. Você já me deu.
Scully deitou no sofá e puxou Mulder para cima dela. Os dois voltaram a se beijar com sofreguidão. Eram beijos com urgência. Ambos estavam carentes e precisavam desse carinho mais íntimo. Mulder deixou os lábios de sua amada e começou a beijar-lhe o pescoço. Então, parou e sorriu. Beijou Scully mais uma vez, levantou-se e sentou-se na mesinha de centro. Dana sentou-se no sofá.
- Aqui não é momento para isso. – Mulder falou acariciando o rosto de Scully – O quarto favor é composto de vários pedidos. Pode ser?
- Anjinho, você pode pedir tudo o que quiser. Diga.
- Quero que me diga como resolveu tudo o que te pedi.
- Só fiz os contatos e a Kimberly fechou os valores. Deixei por conta do governo.
Mulder a repreendeu com o olhar.
- Anjo, me entende, por favor.
- Tá, lindinha. Não vamos brigar por isso. Agora, quero que vá para casa descansar. Eu vou ficar bem.
- Mas...
- Antes, quero ouvir aquelas três palavrinhas.
- Eu te amo, meu anjinho.
- Eu também te amo, lindinha. Agora, vá para casa.
- Não, Mulder.
- Não discuta comigo. Eu quero ficar um pouco sozinho.
- Tudo bem. Eu entendo. Mas, antes, quero que vá tomar um banho demorado para relaxar. – Scully consultou o relógio de pulso e continuou – São quase oito horas da noite. Vou preparar algo para comermos. Vamos jantar juntos, querido. Mas, depois, vou seguir seu conselho.
- Tá, lindinha. – Mulder levantou-se e foi tomar banho.
Enquanto Mulder tomava banho, Scully fazia sopa de batatas.
Dana arrumou a mesinha de centro para jantarem, colocou um pijama quente em cima da cama para Mulder vestir e, voltando para a sala, ligou para Skinner.
- Skinner.
- Senhor, é Scully.
- Como está Mulder?
- Triste, mas está bem. Obrigada por tudo.
- Não fiz mais nada que a minha obrigação.
- Quero pedir mais um favor. O senhor poderia nos levar amanhã ao cemitério?
- Sim. Vamos no meu carro que é maior.
- Ok. Obrigada, senhor.
- Até amanhã, Scully.
- Tchau. – Scully desligou e foi ver a sopa. Retirou a panela do fogão, desligou o fogo e levou a panela para a sala. Arrumou a panela no porta panela na mesinha de centro e voltou à cozinha.
Quando voltou à sala, encontrou Mulder sentado no sofá, de cabelos úmidos, vestido com o pijama de flanela que ela tinha separado, tinha os olhos vermelhos e fixos no nada.
Dana nada falou. Apenas tocou-lhe o rosto e o serviu. Encheu seu prato também e sentou ao lado dele.
- Vamos jantar, Mulder. Come um pouquinho.
Ele obedeceu. Não queria falar. Tinha chorado muito durante o banho. Estava frágil.
O silêncio imperava no recinto.
Quando acabaram de jantar, Dana levantou-se e levou os pratos e a panela para a cozinha. Voltou para a sala e Mulder continuava no mesmo lugar.
- Anjo, – disse Dana voltando a se sentar ao lado de Fox – não posso te deixar assim.
- Quero ficar sozinho. Nós nos vamos amanhã.
- Eu te entendo. Amanhã, venho te buscar às sete da manhã. Tente dormir. Se não conseguir, apenas descanse.
- Lindinha, abrace-me. – pediu Mulder voltando a chorar. Scully o abraçou com força e deixou que ele chorasse.
Quando Mulder acalmou, Scully perguntou:
- Tem certeza de que não quer que eu fique?
- Tenho. Só me ponha na cama.
Levantaram-se do sofá e foram abraçados para o quarto. Mulder deitou na cama e Scully o cobriu. Ela beijou-lhe a testa.
- Quer uma massagem, Mulder? – disse sentando-se na cama.
- Não.
- Quer que eu espere você dormir?
- Não, obrigado, querida.
- E ouvir uma história?
- Não sou mais criança.
- É sim. Você é meu menino. – Dana começou a acariciar os cabelos de Fox – E ouvir uma canção?
- Amor, vá para casa.
- você vai ficar bem, anjinho?
- Vou.
- Não me convenceu ainda.
- Vou ficar bem, lindinha.
Scully inclinou-se e deu-lhe um leve beijo nos lábios.
- Tchau, meu anjinho. Eu te amo.
- Eu te amo também. Tchau, lindinha.
Scully saiu do apartamento de Mulder, pegou seu carro e seguiu para casa.


Continua...

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