27/08/2018

#15 - Mobilidade Humana no Brasil - Orientações Pastorais, CNBB - Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz

Resultado de imagem para mobilidade humana no brasil cnbbEm um momento como o atual, este livro é uma cartilha a ser seguida à risca.

O subsídio da CNBB traz à Luz do Evangelho todas as ações que devem ser executadas no atendimento das pessoas em trânsito ou em mobilidade: migrantes (nacionais ou internacionais), refugiados, vítimas de tráfico humano, apátridas, estudantes em intercâmbio, nômades, turistas, peregrinos, marítimos, pescadores, viajantes, trabalhadores de aeroportos, ferrovias e estradas.

Não fala nada de atear fogo nos pertences dos refugiados e sair cantando o hino nacional, mas, sim, propõe "fotografar" o rosto dos migrantes e itinerantes da mobilidade humana.

Quem são essas pessoas? O que procuram? Quais suas necessidades? O que podemos fazer por elas?

O objetivo do livro é apresentar uma consideração pastoral sensível, solidária, solícita às feridas e às cicatrizes que marcam as pessoas e oferecer o remédio à cura. Por trás de todos estes rostos existem esperanças, riquezas pessoais e culturais, força e vontade de trabalhar, disposição para reconstrução da própria vida, para construir uma nova sociedade, lutas, sonhos, existências cruzadas e entrelaçadas.

Não é impor a religião, transformar todos em Católicos, mas oferecer o apoio à eles nas necessidades imediatas e futuras. 

É nesse trabalho que as fronteiras geográficas caem por terra. Não há mais "território paroquial". A abrangência é o território ocupado por essas pessoas.

A hospitalidade é uma virtude exigida pelo dia a dia na convivência social; é apelo à manutenção de uma identidade própria, que não inviabiliza o diálogo. Essa hospitalidade faz-se presente em diversos textos bíblicos, principalmente, quando se rompe com a ideia dos judeus de não acolher o estrangeiro.

Dentre as várias orientações e pistas de atuação, destaca-se:

- A Igreja caminha juntamente com a humanidade e procura atender à todos em suas necessidades.

- A visita é consoladora, solidária, sinal de alegria e partilha.

- Acolher é um ministério validado pelo próprio Cristo, aproximando todos como irmãos e fazê-los sentirem-se bem vindos.

- Assistência a todos os refugiados sem distinção de religião, etnia, com respeito, preservando a dignidade inalienável da pessoa humana, criada à imagem de Deus.

- Faltam gestos que façam os migrantes sentirem-se acolhidos, reconhecidos e valorizados como pessoa. Temos que reverter isso urgentemente.

- Identificar as Sementes do Verbo presentes nas diversas culturas e religiões.

- Todo cristão não deve ficar indiferente perante situações de marginalização ou de distanciamento da comunhão eclesial.

- Cada migrante é uma pessoa humana que possui direitos fundamentais inalienáveis, que devem ser respeitados por todos, em toda e qualquer circunstância.

- Levar em conta a religiosidade popular, respeitá-la e resgatá-la, se necessário for.

- O encontro com Jesus Cristo através dos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé n'Ele. Da contemplação do rosto sofredor do Cristo neles e do encontro com Ele no aflitos e marginalizados, cuja imensa dignidade Ele mesmo nos revela, surge nossa opção pelo direito dos excluídos.

- A mobilidade humana é espaço próprio para a evangelização e diálogo ecumênico da vida.

- Os migrantes são protagonistas de um novo caminho de evangelização. Deus caminha com Seu povo.

Ao final do subsídio, temos contato com as características do agente de pastoral e como a Igreja deve atuar na diversas pastorais da mobilidade humana. 

O texto é rico em informações e posso destacar ainda algumas palavras/expressões norteadoras da ação: Igreja Peregrina; originalidade; hospitalidade; acolhida; respeito; dons pessoais; cultura; preservação; vocação; justiça; solidariedade; espiritualidade; forma de viver; alimentar-se; Palavra de Deus; comunhão; partilha; missão; serviço; libertação integral; humanização; amizade; fraternidade; pontes; promover a dignidade; pessoa humana.

É de suma importância para atuação dos seres humanos na atualidade.

Apresenta um único erro: na página 52, apresenta um erro trazendo os dizeres "Aparecida do Norte". Como boa Turismóloga que sou, encaminhei um e-mail observando que o nome da cidade é "Aparecida", que era a Estação do Norte, da Central do Brasil. Comentário agradecido pela Comissão.

Termino citando uma frase que muito me marcou: "Ver e sentir a presença de Jesus em cada pessoa e mobilidade; ter consciência de que é um reflexo de Jesus para todos os migrantes e itinerantes."

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