12/09/2022

Fanfic "Arquivo X": Retornos e convivências, Capítulo 6


Disclaimer: Não são meus e não estou ganhando nada com essa história. Pertencem a 20 th Century Fox, a Chris Carter, a 1013.

Sinopse: Pré-S10. Dana Scully quer retomar contato com a mãe. Mulder sofre com sua instabilidade, mas tem seguido o tratamento. Será que vão retornar ao convívio?

Data de início: 08/06/2022

Data de término: 13/07/2022

Classificação etária: 16 anos

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6º Capítulo

 

- Hei, Mulder. Trouxe lasanha. – Scully falou pegando as sacolas no carro.

- Hei, Scully. – ele sorriu carinhoso.

- Você está cozinhando? – ela sentiu o aroma e subiu as escadas – Parece comida de minha… mãe! – ela viu a mãe na cozinha.

- Oi, Dana. Achei que o Fox estava precisando de cuidados de mãe. – Maggie falou sorrindo – Venha me ajudar.

- Por isso, o Mulder está sorridente. – Scully entrou e já foi guardando o que trouxe no armários e geladeira.

- Estou feliz por ter as duas mulheres da minha vida por perto. – Mulder disse fechando a porta e sentando no sofá.

- Você tem muitas mulheres, não é mesmo? – disparou Scully.

- Não ligo mais para o disque você-sabe-o-quê. – Mulder falou divertido – Ah, a Maya é lésbica e a Florença é uma vovó. Também são mulheres que cuidam de mim.

- Eu sou sua mãe adotiva. – Maggie acrescentou.

- Mulder… – Scully parou no meio do caminho.

- Vocês se importam se eu me deitar um pouco? – Mulder perguntou.

- Você está lutando contra o cansaço, Fox. Deite-se. Quando tudo ficar pronto, eu te chamo. – Maggie falou.

- Você está bem? – Scully perguntou.

- Sim. – ele respondeu antes de se entregar ao sono.

- Filha, sei que estão separados, mas…

- Eu vou ficar essa noite com ele também. Passei por cima de tudo o que penso ser certo para vir aqui hoje. – Dana falou e pediu – Posso abraçá-la, mamãe?

Maggie abraçou a filha e falou:

- Você agiu certo.

- Obrigada.

Mãe e filha prepararam a comida e arrumaram a mesa.

- O Fox ficou muito cansado, Dana.

- A médica ainda está tentando ajustar a medicação. Eu procuro não me preocupar, mas não tem jeito. Eu me preocupo demais com ele.

- Eu vou ficar até o final de semana.

- Também pretendo ficar uns dias. O Mulder está instável.

- Não, Dana. A casa está limpa, ele asseado e cheiroso. Eu dei uma olhada geral na casa. Está meio bagunçada, mas ele é assim.

- Mãe, estou dizendo que a medicação o deixou assim. A Dra. Fiori tem cuidado bem dele, mas… Ah, ela não acertou a medicação.

- Dana, cuide dele. Como amiga e médica. Você verá como ele vai melhorar.

- Mãe, eu nem sei o que estou falando direito. Eu o amo tanto!

- E eu não sei?

Alguém bateu à porta. Mulder acordou sobressaltado.

- Está tudo bem. – Scully colocou a mão no ombro dele – Eu abro. – ela abriu a porta e viu uma senhora – Olá.

- Olá. Meu nome é Florença Martini. Sou psicóloga e vim visitar o Sr. Mulder.

- Olá. Sou Dana Scully. – ela apertou a mão da idosa – Entre, por favor.

 

- Obrigada. – Florença entrou e viu Mulder sentado no sofá – Olá, Mulder. Vim te fazer uma visita e, se quiser, podemos conversar um pouco.

- Entre, Florença. – Mulder falou – Sente-se. Já conheceu a Scully. A Sra. Scully é minha outra mãe postiça. – ele apontou para a cozinha.

- Olá. Quer um chazinho? – Maggie ofereceu.

- Aceito, sim. – Florença sorriu enquanto sentava na poltrona perto do sofá – Como você está, Mulder?

- Cansado.

- Então, deite-se. Estarei sentada aqui perto de você. Trouxe uma torta de maçã e uma de cereja.

- Obrigado. – Mulder sorriu e deitou-se.

- Eu levo para a cozinha. – Scully pegou o embrulho das mãos da psicóloga e foi para a cozinha.

- Quer conversar? – Florença perguntou.

- Sim. Nossas sessões me fizeram falta. – Mulder respondeu – Eu estou muito carente. Sei que é uma questão complexa e tal, mas queria trabalhar isso hoje.

- Você viu como está bem amparado?

- Minha ex-parceira e a mãe dela.

- Você sente o quanto é amado?

Maggie entrou na sala com o chá.

- Aqui, Florença. Ouvi muito sobre você.

- Obrigada. – a mulher sorriu – Trato meus pacientes melhor do que meus filhos.

As duas riram.

- Fox, quer chá? – Maggie perguntou – Ou um cafezinho para te deixar mais alerta?

- Quero colo. – Mulder pediu com lágrimas nos olhos.

Maggie o colocou sentado e ajeitou-se no sofá. Trouxe o homem para recostar nela e ficou acariciando os braços e o peito dele.

- Mulder, você sente o quanto é amado agora?

- Sim. – Mulder respondeu e fechou os olhos.

- É o suficiente, Mulder. Você ficou muito tempo sozinho e lutando pelo amor dos outros. Você deixou de acreditar e confiar nas pessoas. É tempo de perceber e sentir o quão você é amado.

- Florença, eu tenho essa dificuldade. Você sabe disso.

- Tem de ter calma, Mulder.

- Florença, eu sempre acabo sozinho. – ele reabriu os olhos.

- Você não está sozinho. Precisamos falar sobre o luto.

- Não quero.

- Tudo bem, Mulder, mas é importante falar. Bom, você está convalescendo de uma fratura. Quer falar sobre isso?

- Tenho dormido melhor, mas ainda tenho pesadelos e, às vezes, insônia. Naquela noite, eu tive um pesadelo e fiquei com sede. Estava no quarto lá em cima. Então, levantei e, mesmo meio zonzo, desci as escadas. Eu caí e senti dor nas costas. Não consegui levantar. Não sei quanto tempo fiquei no chão, mas a Scully e a Sra. Scully chegaram e chamaram ajuda. Eu me senti tão sozinho enquanto estava no chão. Eu sei que foi por amor… – Mulder respirou fundo e ajeitou-se no colo de Maggie – Eu não estou mais sozinho.

- Isso, Mulder. Você pode sempre contar com outras pessoas. – Florença aplaudiu – Você é um homem bom e teve a coragem de assumira fragilidade. Eu estou orgulhosa de você.

- Você é a melhor psicóloga do mundo. – Mulder bocejou – Os remédios estão me derrubando. Falei para a Maya na última consulta e quando ela foi me ver no hospital, mas não acertamos a dosagem.

- Já pensou que você não tem mais 20 anos? Que seu corpo não acompanha sua cabeça?

- Você tem 90 anos, dirige, clinica e cuida dos seus pacientes e sua família.

- Tem razão, Mulder, mas com um ritmo diferente.

- Minha ex-amante me doutrinou a dormir, pelo menos, seis horas por noite. Eu tenho dormido dez horas. Não direto, mas eu saí daquele estado de privação de sono. – Mulder falou – Eu não vou parar a medicação por minha conta nem fazer nenhuma besteira, mas eu estou ansioso por acertar a dosagem. Meu organismo está confuso.

- Mulder, calma. Tem feito os exercícios de respiração?

- Sim. Só não tenho corrido mais, por causa da fratura, mas quero voltar a correr.

- Sei que andar não é tua praia, mas dê umas voltas no entorno da casa. Está um tempo bom, quer andar comigo? Umas duas voltas, porque você está cansado. E devagar.

- Sim. – Mulder concordou.

- Muita obrigada pelo chá. – Florença dirigiu-se à Maggie – E pela ajuda em fazer esse mocinho falar.

- É um prazer. – Maggie beijou a cabeça de Mulder – Quando retornar, jantamos.

Mulder sentou-se no sofá e beijou o rosto de Maggie. Calçou os sapatos e, ficando em pé, ofereceu o braço para Florença.

- Ah… Homem bonito, galanteador e sempre cavalheiro. – a mulher sorriu e ficou em pé – Senhora, foi um prazer. Até logo!

- Até logo! – Scully falou da cozinha e sorriu – Obrigada!

- Eu os acompanho. – Maggie foi até a porta, deus os casacos para Florença e Mulder, dizendo – Obrigada por cuidar tão bem desse menino.

- É um trabalhão! – Florença falou e riu – É um prazer. Obrigada.

Maggie fechou a porta e olhou a filha.

- Eu não sei qual a linha que a psicóloga segue, mas… – Dana começou a falar, mas foi interrompida pela mãe.

- Dana, ele confia nela. Você sabe que o Fox tem problemas de confiar nas pessoas. Você sabe disso.

- Mãe… Eu quero abraçá-lo e não deixá-lo mais sair dos meus braços. – Scully falou com voz embargada – Estou meio sensível. Desisti de ficar chorando em casa e resolvi vir para cá, ficar pertinho dele.

- Fez muito bem. Vamos arrumar a mesa? Logo, o Fox deve entrar.

XxX

Mulder retornou do passeio em volta da casa. Enquanto lavava as mãos, foi abraçado por trás por Scully.

- Hei. Minhas costelas ainda estão doendo. – Mulder acariciou as mãos dela – Você está bem?

- Sim. – ela o beijou nas costas.

- Eu não fiz nenhuma besteira. Eu cai. Só isso. Sei que não melhorei tudo o que deveria, mas estou bem. – Mulder ficou de frente para Scully e abraçou-a – Você está bem?

- Já disse que estou. – Scully falou e beijou o peito dele.

- Você deixou duas marcas de batom na minha camiseta. O que vão pensar de mim? – Mulder brincou.

- Seu bobo. – Scully riu e separou-se dele.

- Que bom que voltou, filho. – Maggie viu o casal entrar na cozinha – Vamos comer.

- Maggie, eu não sei como agradecê-la. – Mulder falou – E acho que terei de chamar a vizinhança para comer nos próximos dias.

- Não será preciso, Fox. Eu ficarei aqui até domingo. – Maggie falou – Sente-se. Mamãe vai servir você. Dana, ajuda a mamãe, por favor.

Mulder obedeceu-a. Viu mãe e filha interagindo e servindo o jantar.

Após comerem, Scully falou:

- Pode passear comigo, Mulder?

- Está com ciúmes da Florença!

- Sim. – Scully riu – Só vou lavar a louça.

- Nada disso. Eu lavo. – Mulder falou – A Maggie cozinhou, você foi assistente e eu vou lavar a louça.

- Crianças, querem parar? – Maggie falou suave – Eu vou arrumar a cozinha. Vocês vão dar um passeio e se agasalhem.

Scully foi para a porta e esperou Mulder com os casacos na mão. Caminharam lado a lado em silêncio. A brisa fria já se anunciava. O céu azul escuro era o palco das estrelas brilhantes. Então, Scully parou e olhou Mulder. Sorriu entre lágrimas.

- O que foi, Scully? – Mulder perguntou – Estamos em paz, né?

- Sim. Não é você. Sou eu.

- Eu te amo. Está tudo bem. Estamos bem separados. Só não pode ter ciúmes.

- Mulder, eu fiquei tão preocupada com você.

- Eu estou bem. Você está bem. Como posso te ajudar?

- Você pode me beijar. – Scully falou.

Mulder abraçou-a carinhoso e trocaram beijos singelos. Em instantes, os beijos se intensificaram, línguas duelaram e as mãos viajaram pelos corpos. Aos poucos, as bocas foram se distanciando.

- Isso foi saudades. – Mulder sussurrou.

- Recaídas mão podem acontecer. – ela falou sem convicção.

- Vamos voltar?

- Não ainda.

- Perdão por tudo que eu te fiz passar.

- Mulder, desde quando você chama minha mãe pelo primeiro nome?

- Ela pediu. Estou treinando. – ele acariciou os braços dela – Você não está com ciúmes de sua mãe, está?

- Eu morro de ciúmes de você, Mulder. – Scully confessou.

- Eu não tenho ciúmes de você. Sempre confiei em você. Até achei que podia te empurrar para outros caras. – Mulder riu – Tenho ciúmes sim. E muito, mas uso subterfúgios para driblar os ciúmes.

- Está esfriando. Vamos entrar.

- Scully, não foge de mim. Fica essa noite comigo.

- É claro que vou ficar aqui. Sem recaídas.

- Dana, sua mãe tem me ligado e, hoje, ela veio ficar comigo. A Maggie está me tratando como…

- Um filho. Ela te adotou, mas você não me trate como irmã, viu?

- Minha Scully… Nunca vou te tratar como irmã. Irmãos não tem atividades interessantes na cama. – Mulder abraçou-a novamente e roubou-lhe um beijo.

- Mulder… – Scully beijou-o novamente – Quero ficar na cama hoje.

- Eu fico no sofá.

- Nada disso. Vamos dormir essa noite juntos.

- Scully…

- Vem. – ela começou a puxá-lo pelo braço – Vamos entrar.

Maggie estava olhando o céu na varanda, tomando chá. Viu o casal voltar de braços dados e rindo. Apenas sorriu. Viu uma centelha de paixão ser acesa novamente.

- Querem chá? Está uma noite tão linda. – a mulher mais velha falou.

- Eu vou tomar um pouquinho, mas vou levar para a cama. – Mulder falou e recebeu um carinho de Scully – Vou tomar chá enquanto leio. Eu fico bem cansado, mas estou tendo pesadelos. Um pouco de chá ajuda a relaxar.

- Eu te acompanho, mamãe. – Dana falou e subiu as escadas.

Mãe e filha tomavam chá, sentadas na varanda e em um confortável silêncio.

Mulder veio desejar boa noite a elas. Beijou a testa de Maggie e trocou um selinho com Scully. E, assim, recolheu-se.

- Recaída, Dana? – a mãe se divertiu.

- Nós nos beijamos enquanto passeávamos. E o Mulder, de vez em quando, me beija.

- Não precisa explicar. Eu sempre torci por vocês.

- Eu sei. Mãe, eu vou ficar com ele no quarto essa noite.

- Vocês são adultos e meio casados.

- Não somos casados.

- Podem não ser, mas sempre agiram como se fossem.

- Mamãe, eu vou entrar. Estou com frio.

- Boa noite. – Maggie olhou a filha entrar na casa – Sempre fugindo.

 

Scully entrou no quarto e viu Mulder sentado na cama, cochilando com um livro na mão.

 

Continua…

 

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