04/03/2024

Fanfic "Arquivo X": Quem sou eu?, Capítulo 2

 

Disclaimer: Não são meus e não estou ganhando nada com essa história. Pertencem a 20 th Century Fox, a Chris Carter, a 1013.

Sinopse: POV Jackson/William. Ele só queria contar uma história, mas algo inesperado o faz repensar sua vida e seu futuro.

Data de início: 09/02/2023

Data de término: 28/02/2023

Classificação etária: 18 anos

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2º Capítulo

 

- Oi. Eu sou…

- Eu sei quem você é. Se não aparecer agora para o papai e a mamãe, eu vou contar o que anda fazendo. – ela ameaçou sorridente.

- Dorothy! – Fox Mulder chamou – Onde você se escondeu? Está muito frio e o papai já está cansado.

- Dorothy! – Dana Scully encontrou a filha – O que está fazendo aí?

- Vim encontrar o intruso, mamãe. – a menina respondeu vitoriosa.

Aí, eu vi que não tinha mais jeito e me revelei.

- Eu posso explicar. – ofereci, mesmo sabendo quão manca é essa afirmação.

- Jackson? – ela se espantou, mas sabia que era eu.

- Sou eu.

- O que faz aqui? – Mulder se aproximou protetor.

- Eu posso explicar. A Dorothy me encontrou e…

- Você é danado! Ai, ai, ai. – Dorothy cruzou os braços e bateu o pezinho direito no chão.

- Venha, Dorothy. – a mãe chamou – Vamos entrar.

- Jackson, duas palavrinhas. – Mulder indicou um banco de alvenaria no quintal. Nós nos sentamos e ele continuou – Desde que a Scully teve a Dorothy, ela não te sentia mais.

- Cortei parte da conexão, mas eu tenho observado vocês e lido suas mentes. – eu confessei – Estou morando em uma casa abandonada nessa estrada.

- Achamos que as histórias que a Dorothy nos contava era fruto da imaginação dela. – Mulder me falou tranquilo – Não quero que mexa com as emoções da Scully nem com a Dorothy.

- Eu entendo. – meu estômago roncou.

- Está com fome?

- Acho que sim.

- Venha. – Mulder falou e me fez acompanhá-lo.

Era estranho. Não via meus pais ali. Era como se fosse um casal de amigos.

Entrei na casa e Scully me olhou com lágrimas nos olhos.

- Hei! Resolvi, finalmente, mostrar meu rosto para você. – eu falei.

- Oi, Jackson. Entre. – ela me falou chorando.

Eu não aguentei e a abracei. Precisava desse carinho. Separamo-nos e ela chorava mais ainda.

- Eu fiz o que não devia. – eu fiz um comentário besta.

- Oi. Eu sou Dorothy. Você deve ser o menino que deixa papai e mamãe triste. – a menina falou e se aproximou.

- Oi, Dorothy. Eu sou…

- Eu sei. Qual o nome que vai dizer?

- Não sei. – eu confessei e me abaixei ao nível dela – Preciso falar com a mamãe e o papai para entender.

- Você quer um abraço? – ela sorriu.

- Sim, Dorothy.

Ela me abraçou carinhosa e falou:

- Não gosto de beijo de gente estranha.

- Tá bom, docinho.

Depois de se separar de mim, a menina foi brincar na sala.

- Agora, somos nós. – Mulder me pegou pelo braço e levou-me para a cozinha – O que gosta de comer?

- O que você me oferecer.

- Eu faço um sanduíche. – Scully entrou na cozinha, logo atrás dos rapazes – A Dorothy está à vista.

- Eu não sou mais procurado, eu acho, e eu estava me sentindo sozinho. – eu despejei – E eu observo vocês e leio suas mentes há um bom tempo.

- Está tudo bem. – Mulder me falou.

- Como posso chamar vocês? – eu falei, mas acrescentei – Posso chamá-los de Mulder e Scully, visto que já são aposentados?

- Sim. – Scully me serviu e eu me sentei à mesa – Que bom que você aceitou entrar. Eu adoraria brigar com você e pedir perdão, mas o sentimento do momento é confuso. Coma.

- Obrigado. – eu falei e comecei a morder o lanche – Eu estou falando coisas sem sentido, mas estou querendo voltar a existir e conviver com pessoas.

O casal sentou-se à mesa também.

- Estamos aqui para te acolher, mas com algumas condições. – Mulder falou sereno – Não mexa com nossos sentimentos. Não entre mais em nossas cabeças.

- Eu concordo com tudo. Vou tentar ser um cara melhor. – eu estava me deliciando com o sanduíche que minha mãe fez.

- Pelo menos, a Dorothy já gostou de você. – Scully falou – Ela é autista.

- Eu sei. Vasculhei a cabeça de vocês. – eu estava envergonhado – Preciso de ajuda também. Eu invadi uma casa abandonada na estrada e…

- Você pode ficar aqui por um tempo. – Mulder fez a sugestão – Eu posso te ajudar com seu dom. A Scully pode te ajudar também.

- Papai, cadê meu livro? – Dorothy entrou na cozinha.

- No seu quarto. – Mulder olhou a menina carinhoso – O papai pega daqui a pouco, tá bom?

- Agora. – ela retrucou.

- Dorothy, agora, não. O papai está ocupado agora, mas depois pega.

A menina começou a chorar alto e eu percebi que não era birra. Senti meus pais ficarem apreensivos.

- Dorothy, não chore. Brinque com seus brinquedinhos. – Scully tentou amenizar, mas a crise se intensificou.

Fiquei sem saber o que fazer para ajudar, então, eu fui até a menina, a abracei e a peguei no colo. Apertei-a contra o peito até que o choro estridente se transformou em um leve soluçar.

- Está tudo bem. Se você esperar um pouquinho, nós lemos juntos. – falei em tom de voz baixo – O que acha?

- Tá bom. – ela respondeu fungando – Chão, por favor.

- OK. – eu a coloquei no chão e ela voou para o colo do pai.

- Como sabia? – minha mãe perguntou – Descobriu isso na nossa mente? – ela disparou entre dentes.

- Não. Eu senti que devia fazer isso. – eu falei e vi Mulder pegar a menina no colo. Encheu-a de beijos e carinhos. Voltei a sentar e comer.

- Ela tem essas crises quando contrariada. – Scully me explicou, um pouco mais calma – Você sabe que ela é uma gênia?

- Sim. – eu sorri – Eu quero ficar mais próximo da Dorothy e de vocês. Posso ajudar. Também fui uma criança atípica.

- Então, bem-vindo. – Mulder falou – Se quiser, pode trazer suas coisas para cá. Temos um quarto que você pode usar.

- Obrigado. – eu percebi que queria muito isso – Pode ser hoje?

Os dois sorriram para mim e eu entendi. Eu tinha uma família de novo. Desajustada, atípica, mas seria uma família para mim.

- Você vai ser meu irmão? – Dorothy focou em mim.

- Ele é seu irmão, filha. – meu pai falou carinhoso.

- Ah… Tá bom. – ela desceu do colo de Mulder e foi para o da mãe – Legal! Um irmão grandão!

- Isso aí, Dorothy! – eu sorri e terminei de comer – Vou buscar minhas coisas.

- Eu te levo. – Mulder me disse – E não é uma oferta. É uma ordem.

- Sim. Obrigado, Mulder. – eu me levantei novamente – Estou ansioso.

- Tudo bem. – ele foi se arrumar – Dorothy, podemos ler mais tarde?

- Não, papai. Vou ler com ele. – a menina apontou para mim.

XxX

Mais tarde, estava eu na sala Meus pais nos observavam com curiosidade. Em pouco tempo, já éramos amigos.

O foco da atenção da menina é ligado a folhas, flores e frutos. Vi que gosta de borboletas, mas não interessa tanto quanto os outros assuntos.

Pensei que essa relação podia dar certo.

O fato é que fui bem recebido e eu me adaptei à família. Dorothy me idolatra!

Meus pais vivem às turras, mas se amam tanto! Esses dois são fantásticos! E acho que os amo e que sou amado também.

Ouço o casal na sala, abraçado e conversando sobre mim. Eu, sentado no chão, com minha irmã, jogando Detetive com ela. É um exercício grande não mudar meu rosto, nem trapacear no jogo, nem a fazer ver o que eu quero, nem ouvir os pensamentos de ninguém. Esse exercício foi proposto por meu pai.

- Hei! – Dorothy chamou minha atenção – Você já decidiu qual é o seu nome?

- No jogo?

- Não, seu besta. De verdade. Nome e chamar. – Dorothy disparou e ouvi meus pais abafarem uma risada.

Eu me dei conta que ora sou chamado por Jackson ora por William e eu atendo. Fora os xingamentos da Dorothy, minha pequena peste-demônia favorita.

- Eita, pequena demônia! Sabe que não sei? Estou confuso. – confessei e a menina me abraçou.

Ela começou a sussurrar no meu ouvido palavras de acarinho, da mesma forma que fazemos com ela quando está em crise.

- Dorothy, o que foi? – Mulder perguntou.

- Meu irmão grandão está confuso. – a menina respondeu e me beijou o rosto pela primeira vez.

- Obrigado, docinho. – eu sorri – Estou confuso. Já não sei quem sou eu.

- Está tudo bem. – Dana falou serena – Vem cá. – ela bateu no sofá.

- Dorothy, vou conversar com o papai e a mamãe um pouco. Podemos terminar o joga depois?

- Tá bom. Pega minha bonequinha, por favor.

- Qual você quer?

- A que você me deu. A que pegou na máquina do garra. Por favor.

Eu me levantei do chão e peguei a boneca do outro lado da sala. Levei a boneca para menina e falei:

- Depois, brincamos mais, ouviu? – eu sorri e puxei a trança da pequena.

- Te amo, meu besta. – ela sorriu.

- Também te amo, peste-demônia. – eu acariciei a cabeça dela.

Sentei-me entre meus pais e fui abraçado por eles.

- Quem você quer ser? – Mulder me perguntou.

 

Continua…


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