01/01/2008

Fanfic Arquivo X: Confissões na Escuridão

Disclaimer: Eles não são meus. Pertencem a 20 th Century Fox, Chris Carter, 1013 e aos seus respectivos atores.

Scully está arrumando uma pequena mala. Ela aceitou a minha proposta de sair daqui.
- Estou pronta, Mulder. – ela falou tirando-me de meus pensamentos.
- Ponha um casaco, Scully. Está frio lá fora.
Ela abriu o armário e pegou um de seus casacos de lã. Vestiu-o e pegou a mala. Eu me adiantei, abri a porta e sai na frente dela. Scully seguiu-me e procurou meus olhos. Entendi o que ela queria: força.
- Vamos, Scully.
- Como está meu apartamento?
- Depois você arruma. Agora, vamos descansar disso tudo. – ofereci minha mão. Esperava que ela aceitasse, mas ela fez mais do que isso, abraçou-me e encostou a cabeça em meu peito. Antes de abraçá-la de volta, eu tirei meu paletó e a cobri. Peguei sua mala e saímos do quarto.
Envolvi seu pequeno e trêmulo corpo e atravessamos o apartamento. Tomei cuidado para que Scully não visse o estado de sua sala.
Entramos no elevador e ela aconchegou-se mais ao meu corpo.
- Você está bem? – perguntei preocupado.
Ela apenas meneou a cabeça.
Descemos do elevador, saímos do prédio e levei-a para meu carro. Abri a porta e ajudei-a a entrar. Pus a mala no banco de trás e sentei no banco do motorista.
- Mulder, seu paletó. – ela praticamente sussurrou, entregando-me a peça de roupa.
- Cubra-se, Scully. Eu tenho minha jaqueta. – eu disse colocando o braço para trás e pegando minha jaqueta de couro.
- Então, vamos trocar, Mulder? – ela tentou sorrir.
Eu aceitei a oferta. Peguei meu paletó e vesti enquanto Scully cobria-se com minha jaqueta.
Coloquei o cinto e ela também. Pus o carro em movimento. Fui dirigindo calmamente e levei-a para meu apartamento.
Chegando lá, descemos do carro e ela esperou que eu pegasse a mala dela. Ela pôs a jaqueta nas costas.
Eu sabia que, agora que tudo havia acabado, Scully quebraria. Ela me parecia fraca. Abracei-a novamente e guiei-a até o elevador. Subimos e levei-a para meu apartamento. Entramos em casa e percebi que ela estava com os joelhos falseando. Coloquei a mala dela no chão, fechei a porta e a ergui no colo.
- Vou te deixar no sofá. Eu já venho, tudo bem?
Ela não me respondeu. Então a deitei no sofá, pus meu travesseiro embaixo da cabeça dela, fui arrumar o banheiro e meu quarto para ela. Voltei à sala.
- Quer tomar um banho, Scully? – perguntei sentando na mesinha de centro.
- Eu vou. – ela disse ficando sentada. – Você pode levar minha mala?
- Posso, Scully. Olha, tem toalhas limpas ao lado do box. Eu já levo sua escova de dente e seu pijama. Quer comer alguma coisa? Quer tomar algo?
- Não, Mulder. Estou sem fome.
- Eu sei, mas você precisa comer alguma coisa. Você trouxe seus calmantes, não é?
Ela concordou e foi para o banheiro.
Eu peguei a mala dela e levei para meu quarto. Abri a maleta, peguei a nécessaire e fui até o banheiro. Bati na porta e chamei-a. Ela abriu a porta e entreguei a ela a bolsinha.
- Quer mais alguma coisa?
- Minha mala.
- Fala, eu te trago. Ou melhor, vou deixar seu pijama em cima da cama. Pegue sua escova de dente e devolva a bolsa. Não quero que você tome os remédios de estômago vazio.
Scully obedeceu.
- Ótimo. Demore o tempo que quiser. – eu fechei a porta.
Levei a bolsinha para o quarto. Separei o pijama de seda azul e um conjunto de lingerie para ela. Fui para a sala, sentei no sofá e peguei o telefone. Pedi comida chinesa. Algum tempo depois, o pedido chegou. Eu arrumei a mesa de centro e o sofá.
Eu estava preocupado com ela. Resolvi que era bom ir vê-la. Ao entrar no corredor, deparei com ela, que se assustou. Scully usava o pijama, minha jaqueta por cima, meias brancas e um chinelo de banho azul.
- Desculpe, Scully. Não queria te assustar. Você quer conversar? – eu falei puxando-a pelo braço até o sofá. – Sente-se aqui. Sei que adora comida chinesa, então tomei a liberdade de pedir.
- Obrigada, Mulder. – ela me disse sentando-se pesadamente. Juntei-me a ela. – Estou cansada.
- Come um pouquinho, Scully. Aí, você vai poder tomar seus remédios e relaxar. – Eu disse colocando comida no prato dela. – Cerveja, refrigerante ou suco?
- Suco, Mulder. – Dana sorriu fracamente para mim.
Enchi o copo e passei para ela. Comecei a comer e percebi que ela só havia dado uma garfada.
- Scully, você quer que eu te na boquinha? – eu falei rindo. Ela ficou me olhando com uma expressão assustada. – Estou brincando, mas eu adoraria fazer isso. Posso?
- Pode. – Scully sussurrou.
Então, entre uma garfada e outra, eu dava um pouco de comida para ela. Assim, acabamos de comer. Levei as coisas para a cozinha.
Quando voltei, ela estava desesperada mexendo na nécessaire dela, que estava em cima da mesa de jantar.
- Calma, Scully, calma. O que foi? – eu disse segurando-a pelos ombros.
Ela virou-se para mim com as mãos fechadas. Achei que Scully iria me bater, mas não o fez. Encostou o rosto no meu ombro e começou a chorar.
- Isso, Scully, chora, chora mesmo. Chora que te vai te fazer bem. – eu a abracei forte. Acariciei seu cabelo. – Eu estou aqui.
Aos poucos, ela foi se acalmando. Então, ela afastou-se de mim.
- Tenho que confessar, Mulder. Estou morrendo de dor de cabeça, meu corpo está dolorido e com várias marcas roxas. Não consigo achar uma pomada para passar nas manchas. Acho que eu não trouxe. Acabei descontando a minha raiva e o meu medo. – Scully enxugou as lágrimas.
- Você foi corajosa lutando com Pfaster.
- Se não fosse por você, Mulder. Você chegou para me salvar.
- Não fui de grande ajuda. Ele me atacou.
- E por isso que eu o matei. Matei Donnie Pfaster, porque ele ia te matar, Mulder.
Eu a abracei e beijei o topo de sua cabeça.
- Devo ter algo para passar nessas manchas roxas. Nesses cortes podemos passar um anti-séptico. Scully, eu sei que você é médica, mas deixe que eu possa cuidar de você. – eu falei levando-a para o banheiro.
Entramos no banheiro, fiz com que ela sentasse numa banquetinha, que eu deixava lá, abri o armário e peguei água oxigenada, um anti-séptico e um tubo de pomada para tirar os hematomas. Fui até o quarto e procurei algodão. Achei um pacote novinho no criado-mudo. Voltei ao banheiro. Lavei minhas mãos e comecei a limpar os cortes. Logo, eu já havia passado remédio em todos os machucados dela. Pelo menos nos físicos.
- Agora, Scully, você vai tomar seu calmante e vai dormir. – eu disse arrumando os remédios no armário.
- Tudo bem, Mulder. Obrigada por tudo. Espero que, se tudo der certo, meu filho seja como você. – Dana disse ainda sentada na banqueta, pensando na inseminação artificial.
- Scully, vai ser parecido com você. Corajoso como a mãe. – eu ofereci minha mão a ela, que aceitou e a guiei até a sala. Peguei o frasco de comprimidos e dei a ela.
Depois de tomar o remédio, Scully deitou no sofá e enrolou-se na minha jaqueta. Eu sabia que logo ela estaria dormindo, então a chamei:
- Scully?
- Hum?
- Vá dormir na cama.
- Não. Eu estou bem.
Eu cheguei perto dela e disse:
- Vou trocar de roupa e já volto. Vou trazer um cobertor para você. Assim que você dormir, eu te ponho na cama. – beijei a testa dela e fui colocar meu pijama de flanela.
Voltei à sala com um cobertor e cobri Scully, que dormia. Sua respiração estava tranqüila, mas seu corpo estava tenso. Sentei-me ao seu lado e coloquei seus pés em meu colo. Fiz massagem neles até esquentá-los. Agora, ela já dormia profundamente. Peguei-a no colo delicadamente e levei-a para o quarto. Depositei-a na cama, ajeitei-a entre as cobertas, apaguei o abajur e sai.
Voltei para a sala, deitei no sofá e me cobri com o cobertor que havia coberto a minha Dana. Eu a amo, mas estou doente e sei que tenho pouco tempo de vida. Ela quer tanto um filho e, através dessa inseminação artificial, espero que ela consiga, mesmo que seja meu. Tentamos viver como amantes, mas Scully ainda não está pronta para fazer amor comigo. Ela me revelou que se sente uma virgem perto de mim. Eu sorrio a esse pensamento. Tento dormir. O cansaço toma conta de meu corpo. Adormeço.
Não sei quanto tempo dormi, mas acordei com gritos. Ainda atordoado, levantei e fui até o quarto. Scully debatia-se, estava tendo um pesadelo. Chamei-a suavemente, acariciei sua cabeça. Ela acalmou, mas não acordou. Tentei acordá-la, mas não tive sucesso. Então, resolvi deitar ao lado dela. Entrei embaixo das cobertas e, com meus braços longos, envolvi o pequeno corpo de Scully.
Acordei com os primeiros raios de sol. Scully já estava acordada, abraçada a mim e tentando voltar a dormir.
- Você está bem, Scully? – sussurrei em seu ouvido.
- Estou protegida. – ela me respondeu dando um pequeno beijo em meu ombro – Posso te pedir uma coisa que não fazemos há muito tempo?
- Tudo o que você quiser.
- Um beijo apaixonado, Mulder.
- Depois, Scully, depois você ganha o seu prêmio. Queria que você conversasse comigo. O que você está sentindo?
- Ainda estou com sono.
- Eu sei. Você ainda está querendo dormir. Eu estarei aqui.
Ela voltou a dormir. Eu me levantei e fui tomar banho. Sai do banheiro, vestido com um conjunto de moletom. Ouvi leves batidas na porta. Abri. Era Margareth Scully.
- Bom dia, Fox.
- Bom dia, senhora Scully. – eu respondi abraçando-a – Entre.
Ela entrou e foi logo falando:
- Eu já soube. Como está minha filha?
- A Dana está bem, senhora Scully. Sente-se, por favor.
Sentamos no sofá. A senhora Scully olhou-me e abriu a boca para falar algo, mas logo se arrependeu.
- O que a senhora quer saber?
- Ela quebrou, não é?
- A Scully sempre fica mal quando acaba.
- Filho, era o mesmo homem que a seqüestrou há alguns anos?
- Sim.
- Ela me disse que chorou muito no seu ombro.
Eu sorri e falei:
- Dessa vez, ela ainda não se abriu comigo. Ela está dormindo. Quer vê-la?
- Muito.
- Pode ir lá. Vou fazer café. A senhora aceita?
- Sim, obrigada.
Eu fui para a cozinha enquanto Margareth ia para meu quarto. Quando a senhora Scully voltou, trouxe Dana já de banho tomado e com um conjunto de moletom azul. Usava meias azuis e o chinelo de banho.
- Acho que vocês deviam conversar. – Maggie disse beijando a testa da filha.
- A senhora sente-se aqui. – eu disse pegando a senhora Scully pela mão e puxando uma das cadeiras da mesa.
- Tudo bem. – Maggie sorriu e sentou-se.
Caminhei até Scully e ela me abraçou.
- Oi, você está bem? – sussurrei devolvendo o abraço.
- Beije-me, Mulder, por favor. – ela também sussurrou.
Eu não hesitei e procurei sua boca. Beijei-a avidamente e fui plenamente correspondido. Separamo-nos sem ar. Sorrimos e viramos para Maggie, que sorria comovida.
- Vocês são lindos. A Dana havia me dito que vocês estavam tendo um affair.
- Mamãe, é só de vez em quando.
- E somente a senhora está sabendo disso. – eu completei o que Scully começou.
- Estou feliz por vocês, meus queridos.
- Vamos tomar café? – Dana falou-me acariciando meu rosto.
- Sim, Scully.
Tomamos café da manhã juntos. Era tão íntimo. Parecia que faziam anos que tomávamos café juntos. O casal e a sogra. Eu estava muito feliz.
Maggie foi embora há algum tempo. Eu e Scully estávamos sentados no sofá, olhando um para o outro. Ela não queria falar e eu não queria pressioná-la, mas precisava saber.
- Scully, você não quer falar comigo?
- Não, Mulder. Eu já exorcizei esse demônio. Pelo menos esse.
- Você não vai realmente falar?
- Eu quero falar. Sabe que quando ele te ameaçou algo me deu força para atirar nele.
- Você havia me dito que era uma força maior e eu perguntei se foi Deus. O que você acha agora?
- Deus me mostrou o caminho e deu-me força para salvar meu amor.
- Oh, Scully, eu te amo tanto. – eu a puxei para meu colo. – Obrigado. Devo-te tudo. A minha vida é sua. Minha alma também.
- Eu também te amo. Eu sou totalmente sua, Mulder. Minha alma, meu coração, minha mente, minha vida, meus sonhos, minhas fantasias, meu corpo...
- E o meu é seu.
- Mulder, é chegada a hora.
- Você está pronta?
- Sim. Eu sempre achei que se você me levasse para a cama quando nos conhecemos eu iria, mas fui percebendo que eu não só amava seu corpo, mas também você por completo. O meu Fox Mulder.
- E você é a minha Dana Scully.
- Faça-me tua mulher.
Eu me levantei do sofá, peguei-a pela mão e fomos para o quarto.
Fim

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