23/11/2017

Coisas que não sabemos explicar

Queridos leitores,


Como sabem meus leitores fiéis adoro contar histórias que aconteceram comigo.

Bom, hoje, no escritório, havia uma movimentação porque algumas colegas encontraram uma medalhinha no chão do elevador.

Saíram a procura de quem perdeu e estavam intrigadas com quem era a pessoa retratada na pequenina medalha.

Quando chegou para me mostrar, eu exclamei: "Mas é a Santa Bakhita!"

E a resposta: "Você conhece? É uma Santa? É uma Santa negra?"

Sim! Expliquei a história de Santa Josephina Margarita Fortunata Bakhita, minha amiga do céu tão querida!

Como não sabiam o que fazer com a medalhinha, eu logo pedi: "Se for para jogar fora, dê-me que eu quero guardá-la." E assim eu a "ganhei". Não era minha, mas ficou sendo.

Contei que trabalhei algum tempo sob a proteção desta santa tão amada! E o pessoal me olhava com aquela cara que significa "a louca fanática religiosa". Mas, tudo bem! O conhecimento que tenho, não pode morrer comigo.

Por isso, trago (mais uma vez) a história da Bakhita:

Josephina Bakhita foi uma freira, de origem africana, que viveu e exerceu o ministério religioso na Itália, por 45 anos, declarada Santa pela Igreja Católica no ano 2000.

Nasceu em um aldeia na região de Darfur, oeste do Sudão, chamada Olgossa, em uma importante família. Seu pai era chefe da tribo.

Aos nove anos foi raptada por mercadores de escravos e foi vendida e revendida cinco vezes. O trauma causado pelo rapto e pelos maus tratos levou-a a perder a memória, esquecendo-se do próprio nome.

O nome Bakhita foi dado à ela pelos traficantes de escravos e, em árabe, significa Sorte. Este foi o nome que adotou na vida adulta.

Seu último dono foi Callisto Legnani, diplomata italiano. Ele e seu amigo, Augusto Michieli, compraram-na e a levaram para a Itália. Lá tornou-se babá da filha de Michieli. Depois de um tempo, a família se mudou e Bakhita foi deixada no convento sob os cuidados das Irmãs de Canossa, em Veneza.

Em 1890, Bakhita recebeu o Sacramento do Batismo, Crisma e Primeira Eucaristia.

Foi no Instituto Canossiano que percebeu que lá era seu lugar e conhece o seu "Bom Patrão", como carinhosamente chamava a Deus. Viu em Jesus na cruz o sofrimento de seu povo.

Em 1893, entrou no Noviciado. Em 1896, fez seus votos religiosos e juntou-se permanentemente às irmãs.

Em 1902, foi designada para um estabelecimento religioso em Schio, na província de Vicenza, norte da Itália, onde ficou até o fim da vida. Lá trabalhou como cozinheira, sacristã e porteira da escola. AS crianças italianas ficavam fascinadas com a "Irmã Morena" e lambiam sua mão para ver se era de chocolate.

Entre 1935 e 1938, foi o único período que se ausentou de Schio quando ajudou a preparar jovens freiras para trabalhar na África.

Seu carisma e especial entrega ao serviço foram notados por sua ordem religiosa. Assim, foi instruída a publicar suas memórias e fazer palestras sobre suas experiências, tornando-se famosa por toda Itália.

Sua saúde frágil se deteriorou e seus últimos anos foram marcados pela dor e pela doença, mas ela conservou sua boa disposição e, sempre que lhe perguntavam como estava, Bakhita sorria e respondia "Como o Senhor deseja!".

Perto de sua morte, em seus delírios, teve recordações vívidas de seus anos de escravidão e pedia para afrouxar os grilhões. Em 08 de fevereiro de 1947, ela se entrega para is servir ao "Bom Patrão" nos céus. Bakhita era tão querida que seu corpo ficou exposto por três dias e foi visitado por milhares de pessoas.

O processo de canonização iniciou em 1959. Em 1978, São João Paulo II declarou-a Venerável, o primeiro passo para a canonização. Em 1992, foi declarada Beata e instituído o dia 08 de fevereiro como o dia de sua festa. Em 2000, tornou-se Santa!

São João Paulo II declarou-a como a "Irmã Universal".

Bakhita, ou Ba (como as crianças do lugar onde trabalhei a chamavam), é minha amiga do céu e é muito presente em minha vida. Já tive a oportunidade de visitar o altar dedicado à ela e a comunidade que leva seu nome na cidade de Santos, litoral paulista. Também fiquei emocionada, quando na Jornada Mundial da Juventude 2016, uma moça vestida como a Bakhita entrou na celebração representando o continente africano.

Um presente que recebi hoje! Recebi a visita de Santa Bakhita na Setur/SP!

Minha querida amiga Bakhita, rogai por nós!





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