23/06/2020

Fanfic "Power Rangers": Com você, supero tudo, Capítulo 5

Sinopse: Kimberly Hart sofreu um acidente. Está no hospital, mas outras coisas aconteceram na sua vida. Tommy fica sabendo do que aconteceu pela televisão e, depois de uma pequena crise, vai para a Flórida para tentar ver sua ex-namorada, nem que seja pelo vidro do quarto de hospital. Ele quer ajudá-la e Kimberly vê uma oportunidade de superar seus traumas com o grande amor de sua vida.

Disclaimer: Não são meus e não estou ganhando nada com essa estória. Pertencem a Disney, Saban e companhia limitada e a seus respectivos atores.

Classificação: 18 anos – Trata de distúrbios alimentares e sexo sem consentimento

Data de início: 20/07/2014

Data de término: 02/05/2016

Nota: Como muitas de minhas fanfics, essa ficou um tempo sem ser continuada e terminada. Também não levei em conta aspectos médicos.

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5º Capítulo

 

Quando entrou no quarto, Kimberly lutava para secar o cabelo.

- Oi, Kim. – Tommy falou encostado no batente da porta.

- Tommy! Oi! – Kimberly sorriu – Entra.

- Bom dia, Kim. Dormiu bem?

- Sim. Você me ajudou. E você?

- Descansei. – Tommy entrou no quarto – A Dra. Walson permitiu que eu passe o dia contigo.

- Vai ser uma experiência diferente. – Kimberly falou.

- Lembra do nosso combinado?

- Sim. – ela sorriu ao ver Tommy entrar e aproximar-se da cama dela – Já tomou café?

- Não.

- Quer ajuda?

- Estou enjoada, Tommy.

- Quer que eu chame a enfermeira?

- Não precisa. Acabei de tomar remédio.

- Tudo bem. – Tommy lavou as mãos na pequena pia do quarto e sentou-se na cadeira ao lado da amiga – Você mudou bastante.

- Como?

- Está se sentindo mal e sorrindo para mim.

- Você merece um sorriso sincero por me ajudar.

- Obrigado pelos seus sorrisos, Kim. Eu estou aqui para você. Para o que precisar.

- Obrigada. De vez em quando, fico enjoada por causa dos remédios e de uma gastrite, resultado dos meus problemas alimentares.

- Obrigado, querida. – Tommy colocou a mão na cama de Kimberly – Obrigado por me contar.

Kimberly colocou a mão em cima da de Tommy e sorriu entre lágrimas.

- Muito bem. Você me tocou. Posso entrelaçar meus dedos com os seus? – Tommy pediu carinhoso.

- Sim, Tommy. – Kimberly fechou os olhos e sentiu Tommy pegando em sua mão – Obrigada.

Os amigos ficaram de mãos dadas até Kimberly abrir os olhos novamente.

- Oi. – Tommy sorriu.

- Obrigada, Tommy.

- Não há de quê, Kim. – Tommy sorriu.

- Sabe que estou melhor?

- Melhorou?

- Sim. Acho que consigo comer a minha gelatina de morango. – Kimberly tentou alcançar a bandeja.

- Hei, garota, eu faço isso. – Tommy pegou o pote de gelatina e ofereceu a Kimberly – Quer comer sozinha ou posso te mimar?

Kimberly refletiu alguns segundos e respondeu:

- A segunda opção é bem mais atraente, Tommy.

- Obrigado, Kimberly.

Tommy alimentou a moça sob os olhares da equipe médica, que estava no corredor.

- O que acha, Dr. Maykon? – a Dra. Walson perguntou ao psiquiatra.

- É o único homem que a Srta. Hart aceita. Pode ser o caminho para a recuperação.

- Não podemos deixar a informação vazar para a imprensa.

- Claro que não, mas acho que a família deva ser avisada.

- Ok, doutor. Ellen, Lisa, querem realmente entrar agora para a fisio? – a Dra. Walson perguntou.

- Acho que não, doutora. – Lisa respondeu – Vamos atender os outros pacientes e, no fim, atendemos a Srta. Hart.

- Ela conseguiu se alimentar agora. – Ellen completou.

- Verdade. – a Dra. Walson concordou – Mais tarde, passo para examiná-la.

TKTKTK

Tommy contou um pouco do que aconteceu na vida dele desde que se separaram e Kimberly ouvia atenta. Não havia medo ou tristeza, eram apenas dois amigos colocando a conversa em dia.

- Tommy, eu não sei por onde começar.

- Não precisa ser hoje. Eu quero saber de você, mas sua história ainda te machuca e faz mal. Quando você quiser.

- Eu me afastei de você por ciúmes da Kat. Conheci o Jack e achei que estava apaixonada. Bom, eu estava encantada. Ele era ótimo comigo, um príncipe. Conheci os amigos dele e eles queriam que eu ficasse bêbada. Não cedi. Foi a primeira vez que ele me bateu. Depois, quis transar comigo. Não cedi. Ele disse que também não queria, porque eu era gorda, feia e infantil. – Kimberly suspirou.

- Era ele na carta?

- Sim, mas não te trai.

- Kimberly, quer parar de contar? Vai com calma.

- Não. Vou continuar. Eu só o deixei me beijar depois que mandei a carta.

- Tudo bem, Kim.

- Foi assim que comecei a não comer e se comia, provocava o vômito em seguida. Eu me sentia um lixo e tinha nojo de mim mesma. O Jack, uma noite, chegou no alojamento…

- Kim? – Tommy viu a moça empalidecer e colocar as mãos no rosto. Ele colocou a mão sobre a dela e falou suave – O que ele fez? – Kimberly soluçou e Tommy continuou – Ele te machucou? Ele te forçou a ter relação sexual?

Kimberly assentiu e chorou copiosamente. Tirou a mão do rosto e segurou forte a de Tommy.

- Hei, Kim, está tudo bem. Continuamos a conversa depois.

- Tommy, eu preciso muito te contar o que aconteceu.

- Você está confortável com isso?

- Sim. – Kimberly apertou a mão de Tommy – Obrigada por me apoiar.

- Desculpe demorar tanto para vir te resgatar, princesa.

- Tommy, você continua meu cavaleiro de armadura brilhante.

- E um tigre branco. Quer continuar?

- Sim. – Kimberly respirou fundo – Não sei se posso chamar aquilo de estupro, mas foi sem meu consentimento e não senti prazer nenhum. Foi a primeira vez que aconteceu. Depois, ele disse que eu era namorada dele e que não iríamos mais nos largar. Quando ameaçava, deixa-lo, eu apanhava e tinha que fazer sexo com ele. Uma noite, tinha ele e um amigo… Eles me machucaram muito.

- Hei, princesa. Respira. Sei que é difícil, mas contar para mim ajuda a diminuir a dor.

- Tommy, eu sei que enfrentei monstros, mas não consegui lutar contra o Jack. E ele sempre me traiu.

- Kimberly, e a ginástica?

- Era meu refúgio. Pedi ajuda para o treinador e ele disse que a culpa era minha. Depois, ajudou-me com o distúrbio alimentar. Dá para entender?

- Eu não estou aqui para julgar, mas para te ajudar.

- Antes do acidente, eu passava mais tempo na academia e no ginásio treinando. Só saia às 10, 11 horas da noite. Mal comia, dormia pouco. Sempre com medo. Na noite anterior ao acidente, o Jack estava bêbado e me encurralou no ginásio… e o resto… você já… – Kimberly não conseguia continuar. Sua respiração estava difícil.

- Kimberly, olha para mim e respira comigo. – Tommy puxou a mão da moça que ainda estava entre as dele – Acabou. Sou eu que estou na sua frente. Eu não vou te fazer nada de mal, nem deixar que alguém te machuque.

- Eu sei, Tommy.

- Como você caiu da barra?

- Eu estava assustada pelo que aconteceu na noite anterior, sem dormir e sem comer. Acabei me distraindo ou fiquei tonta e caí.

- Ok. Já foi demais por hoje, Kim. – Tommy apertou a mão dela – Pode parar por aqui.

- Tommy, eu tenho medo de ficar perto de homens. Tenho medo de que eles me machuquem.

- Quando isso começou?

- Depois da primeira vez que o Jack me forçou…

- Ok. Eu te incomodo?

- Eu sonhava com você vindo me resgatar. Eu não acreditei quando te vi pelo vidro.

- Está confortável em ficar em mãos dadas?

- É meio estranho, mas estava com saudades do seu toque.

- Também estava com saudades. Estava com uma necessidade muito grande de te ver.

- Tommy, nem sei como te agradecer.

- Não precisa, querida.

- Quando você vai embora?

- A hora que me expulsarem desse hospital.

- Quando você vai voltar para casa?

- Ah, isso! Não sei, Kim. Só pensei em vir, não pensei na volta.

- Você está no hotel?

- Sim. Não quis ficar com o casalzinho.

- Já pagou a hospedagem?

- Não. Só a primeira diária.

- Quer ficar no meu apartamento?

- Não, Kim.

- Considere a oferta.

- Kim, eu preciso voltar para Reefside logo, mas não vou te abandonar.

- Tommy, você largou as suas aulas para ficar comigo?

- Sim, Kimberly. Eu não podia te deixar.

- Nossa! Estou lisonjeada, Tommy. Você merece um beijo. – Kimberly disse feliz. Aproximou-se do amigo e deu-lhe um beijo demorado na bochecha – Precisa fazer a barba. – ela riu.

Obrigado, Kim. Não sabe como senti falta do seu beijo e da sua boca.

- Tommy, eu me excedi, mas estou contente.

- Parabéns por mais esse passo. Vou te confessar: cada vez que você chora, sinto que devo te abraçar, mas sei que está traumatizada e não quero invadir seu espaço. Irei com calma até tê-la novamente em meus braços. – Tommy respondeu – Eu prometo que nunca mais vamos nos separar.

- Que bom, Tommy. – Kimberly sorriu emocionada.

Nesse momento, as fisioterapeutas entraram no quarto.

 

Continua…

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