28/02/2023

Fanfic "Arquivo X": O meu lugar

 

Sinopse: Mulder retornou da abdução, saiu do hospital e ainda não sabe onde se encaixa na sua vida e na vida de Scully. POV Mulder.

Data de início: 21/10/2022

Data de término: 03/11/2022

Classificação etária: 16 anos

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Estou confuso. Scully me contou o que aconteceu. Ainda não me encaixo em lugar nenhum.

Eu nem a beijei. Estou em um dilema, mas estou com muitas saudades dela.

Como que meus pensamentos se concretizassem, o telefone tocou. Era ela.

- Hei. Seu morto-vivo preferido falando.

- Hei, Mulder. Quer dar um passeio e me trazer uma coisa? Estou louca por um pão doce, com muito recheio de doce de leite.

- Está sozinha?

- Sim. Pode ir buscar para mim, por favor? – ela me falou dengosa.

- É daquela padaria onde nós costumávamos tomar café?

- Sim.

- Tudo bem. Eu vou buscar e te levo. – eu sorri.

- Mulder?

- Sim.

- Vem pra ficar. – ela desligou.

Arrumei algumas coisas e lá fui eu atrás do pão doce. Comprei os mais recheados e levei para Scully.

Ao abrir a porta, ela sorriu.

- Festa! – eu mostrei as sacolas de papel.

- Hei! Grávida com desejo salivando pelo pão doce. – Scully falou e me deixou entrar.

Minha cabeça estava à mil, mas entrei e já fui arrumando as coisas na cozinha.

- Tem pão doce para umas dez pessoas no saco. – eu brinquei.

- Não é só isso que eu quero. – Scully aproximou-se e me deu um beijo nos lábios.

- O que você precisar. – eu falei e capturei os lábios dela de forma voraz.

Aquele contato nos levou a intensificar o beijo e, logo, minhas mãos vagueavam pelos braços, pescoço e cabelos dela. Então, um sinal de alerta se acendeu em minha mente. Terminei o beijo e mostrei o pão doce.

- Mulder…

- Eu sei, mas, primeiro, vamos comer e conversar. Fiquei fora do ar por muito tempo. Você tem que me atualizar. Meu time de basquete ganhou ou perdeu?

- Eu estou louca por esse doce de leite. – ela mordeu o pão.

- Eu estou vendo. – sentei à mesa e ela sentou também – Está realmente tão bom quanto eu lembrava. – mordisquei o pão.

- Só sinto falta do café.

- Trouxe cappuccino descafeinado solúvel.

- Eu quero.

- Faço para você. – eu acariciei a mão dela e deu choque – Ai…

- Hei. Acontece. Está tudo bem. – ela me olhou carinhosa – Sei que está difícil se reencontrar, mas é hora de parar e…

- Hei, Scully, não comece, por favor. Quero saborear o momento e o cappuccino. – eu coloquei duas canecas com água quente na mesa – Estou feliz por tua gravidez. E estou aqui para você.

Terminamos nosso lanche e ficamos em silêncio. Quando eu ia lavar os pratos e as canecas, vi Margareth Scully entrar na casa da filha.

- Dana, é a mamãe.

- Na cozinha. – Scully falou e me olhou – Está tudo bem. Ela vai gostar de te ver.

- Oi, Fox. – Maggie me olhou sorrindo e colocou as sacolas no sofá. – Que bom te ver!

- Estamos lanchando, mãe. – Scully falou.

- Espero que não seja chocolate, porque te deixa enjoada. – Maggie se aproximou de mim – Meu querido, estou tão contente…

Eu não a deixei terminar de falar. Eu a abracei com força. Choramos abraçados. Quando nos separamos, ela me fez sentar e me beijou a testa.

- Sra. Scully, tem pão doce e cappuccino descafeinado. Posso servi-la? – eu ofereci.

- Pode, meu filho. Só vou guardar umas coisas e já volto.

Vendo a mãe sair da sala, Scully me beijou de leve.

- Eu sei, meu amor. – Scully me disse e ficamos de mãos dadas uns segundos.

XxX

Mais tarde, Scully e eu estávamos sentados no sofá. Eu não estava entendendo o motivo, mas estava muito confortável.

- Mulder, mamãe foi embora, mas não foi por você.

- Eu sei. Ainda me sinto estranho, mas estou feliz.

- Estou muito feliz de ter você de novo ao alcance dos meus braços. – Scully me olhou sedutora.

Eu só sei que o receio passou quando nossos lábios se reencontraram. Fizemos amor de novo, com saudades e muita paixão.

Saciados, fomos para o quarto e, depois de um banho juntos, deitamos na cama. Scully percebeu que eu não acariciei a barriga dela nenhuma vez. Ficou tentando puxar minhas mãos para o ventre grávido.

- Scully, você é uma mulher surpreendente. – eu falei e bocejei.

- Hei. Vai dormir. Estou esperando essa criança se acalmar. – ela me respondeu.

Eu não sabia como ajudar, mas fiquei conversando baixinho com ela. Sei que dormimos rápido.

Os dias foram passando. Scully e eu estávamos muito próximos de novo. Há alguns dias, Scully teve um descolamento da placenta ou algo do gênero. Eu fiquei em pânico, mas ficou tudo bem. Estávamos no sofá da sala da casa dela.

- No que tanto pensa, Mulder?

- Nada.

- Você é meu presente. – ela me falou – Você voltou dos mortos para meus braços. – e seus olhos azuis ficaram cheios de lágrimas.

- Hei. – eu a olhei carinhoso – Está tudo bem. Eu esperava que você me dissesse que essa criança é minha.

- Mulder… Você sabe a verdade.

- Posso conversar um pouco com a sua barriga? – eu pedi.

Scully colocou uma almofada nas pernas e falou:

- Deita aqui e converse com o nenê.

Eu me deitei e beijei sua barriga. Demorei muito para passar a mão na barriga grávida, mas, agora, quero ficar perto dela o tempo todo.

- Oi, nenê. Você deu um sustinho em mim. Sua mãe também. Aguenta mais uns meses e, logo, você estará jogando baseball comigo ou olhando no microscópio com sua mãe.

- Mulder…

- Não chore. – eu acariciei a lateral da barriga e senti um movimento – Alguém está nadando. Como eu te amo, meu amorzinho. – eu beijei a barriga de novo e voltei a sentar.

- Você agitou essa criança. – ela acariciou a barriga.

Eu voltei a acariciar e fazer círculos sobre o pijama dela. Scully abriu alguns botões e guiou minha mão em seu abdômen. O bebê seguia o movimento. Era algo magnético. Até que Scully ofegou.

- O que foi? – eu me preocupei.

- Isso foi uma cabeçada e doeu. – ela riu.

- Desculpe agitá-lo.

- Não tem problema. Terá de fazê-lo ficar quieto para que eu durma.

- Tudo bem. – eu a beijei com sofreguidão.

A Sra. Scully entrou no apartamento e nós nos separamos meio constrangidos.

- Boa noite. Trouxe comidinhas para vocês e roupas lavadas. – ela disse e nos beijou a testa – Vocês estavam ocupados. Finjam que não estou aqui. – dizendo isso, Maggie foi para o quarto.

- Fomo pegos! – eu brinquei.

- Mulder, você não existe. – ela me beijou de leve.

- Existo sim. – eu a beijei – Sua mãe deve estar vibrando.

- Com certeza. Vou lá para o quarto falar com ela.

- Eu vou dar um jeito na sala enquanto isso. – eu sorri.

Aquilo era muito doméstico e eu sabia que me acostumaria com tudo. Agora, sabia qual o meu lugar.

 

Fim

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