23/12/2021

A retomada dos abraços

Tanto ouvimos falar em retomada disso ou daquilo; de que temos de retomar a vida. Foi uma pausa no jogo da vida.

Mas um gesto me fez falta nessa pausa, nessa reclusão: o abraço.

Quando do retorno ao convívio presencial com as pessoas, eu sempre fiquei reticente quando alguém vinha me abraçar. O que era tão comum para mim, virou algo raro.

Há alguns meses, recebi o primeiro abraço de uma pessoa, sem nenhuma reticência ou medo. Uma amiga, depois de tantos tempo sem nos vermos, perguntou-me se eu havia tomado as duas doses da vacina. Eu confirmei e ela simplesmente disse: "Então, podemos nos abraçar". Sim. Naquele momento, nós nos abraçamos, ainda receosas, mas sabendo que o encontro tinha de ser celebrado.

E só fui evoluindo. Abraçando, acolhendo, abrigando, encostando coração com coração e transmitindo os afetos.

Na semana que vai findando, eu pedi um abraço ao amigo muito querido. Não um. Por duas vezes, eu disse que queria abraçá-lo. Disse que estava carente. Sim! Carente de uma acolhida e proximidade de uma pessoa que fez a diferença em minha vida. Que deixou marcas profundas. Que faz parte do hall seleto de meus afetos. 

Aos poucos, com cautela, os abraços entre as pessoas que se amam, entre amig@s, entre pessoas que se querem bem vão sendo retomados. 

O abraço não precisa ser físico. Pode ser virtual ainda ou personificado em um objeto ou transformando-se em som. É a entrega de si mesmo e a troca de energias que vai sendo retomada.

Há estudos, realizados por pesquisadores da Universidade Médica de Viena, na Áustria, e da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos da América, sobre o poder de um abraço. O abraço deve ser uma ação que parte da vontade da própria pessoa. É capaz de reduzir o estresse, o medo, a ansiedade e a pressão arterial. É uma forma de desarmar a outra pessoa também. Reforça relações e aumenta a autoestima. 

O estudo da UK's Manchester Metropolitan Eniversit, na Inglaterra, completou as anteriores com a informações que o ato de abraçar frequente reforça o sistema imunológico, aumentando os níveis de hemoglobina, facilitando o transporte de oxigênio pelo organismo. Promove ainda a liberação de endorfinas, capazes de reduzir a dor e levar a euforia. 

O abraço é uma forma de comunicar-se, sem palavras, transmitindo compreensão e empatia. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário