Disclaimer: Não são meus e não estou ganhando nada com essa história. Pertencem a 20 th Century Fox, a Chris Carter, a 1013.
Sinopse: Melissa Scully faz um novo
curso: doula do fim da vida ou doula da morte. Decide contar para alguém e
escolhe Mulder. Isso causará ciúmes em sua irmã, Dana Scully, mas também unirá
os três amigos.
Nota: Antes de
escrever esta fanfiction, eu resolvi fazer uma pesquisa sobre o que é ser uma
doula da morte. Publiquei em todos os lugares possíveis e imagináveis. A reação
das pessoas foi bombástica. Recebi mensagens do tipo "Está tudo
bem?", "Aconteceu alguma coisa?". Achei estranho e respondi. Até
que pensei direito e cheguei à conclusão de que tinha feito bobagem. Então,
expliquei que era pesquisa para uma fanfiction. Queria apenas fontes confiáveis
e superficiais para ter uma base para desenvolver a ideia, a fim de escrever
algo muito fora de esquadro. Porém, eu causei um pequeno rebuliço nas redes.
Timeline: Por volta
da 2ª temporada, após o retorno de Scully da abdução.
Data de início: 04/08/2022
Data de término: 30/08/2022
Classificação
etária: 16 anos
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Fox Mulder estava
arrumando a mesa, ajeitando os papéis e disfarçando a bagunça de seu
apartamento em uma tarde ensolarada de sábado. Sua parceira, Dana Scully, viria
para terminarem os relatórios dos dois últimos casos.
Ouviu uma batida
decidida na porta. Pensou que fosse a parceira. Então, falou:
- Entre. Não
precisa de cerimônia.
A porta se abriu e
a voz não era a de Scully:
- Mulder? Desculpe.
Não sabia que estava esperando alguém.
Mulder virou-se e
viu Melissa Scully na entrada do apartamento.
- Melissa: Ah… Oi.
Entre.
- Se não for uma
boa hora…
- Não, não. Eu
achei que fosse sua irmã. Entre, por favor. – Mulder foi até a moça – Entre.
Melissa entrou,
olhou o homem fechar a porta e falou:
- Preciso falar com
alguém que não me ache maluca.
- Sente-se. –
Mulder apontou a poltrona e sentou no sofá – O que houve?
Melissa sentou e
respirou fundo. Tomou fôlego e disparou:
- Eu fiz um curso
de doula da morte.
Mulder olhou-a meio
incrédulo.
- Não acho você
doida, mas…
- Você não acredita
nos métodos.
- Não é isso. Não
entendi o. Ah…
- Eu vim te ver,
porque é o único com quem posso falar sobre isso.
- Desculpe,
Melissa. E o que achou?
- Mulder, eu fiz
isso, porque eu quero ajudar mais pessoas a ter um final de vida mais digno e
confortável.
- Isso é louvável,
Melissa. É muito bonito. Se precisar de ajuda, pode me falar. Meu diploma de
Psicologia ainda deve valer. – Mulder falou, demonstrando que o choque inicial
fora superado.
- Eu só não sei por
onde começar.
- Você já começou.
Seja voluntária em algum hospital. Ofereça ajuda.
- Você acha que eu
ajudei minha irmã a voltar do coma?
- Melissa, por mais
que eu estivesse fora de mim, eu acho que você ajudou muito. Mas são coisas
diferentes.
- Eu sei.
- Saiba que, se
precisar, é só me chamar. Posso te ajudar sempre.
- Eu queria estudar
mais sobre…
Nesse momento, a
porta se abriu.
- Mulder, eu trouxe
os arquivos e comidinhas para nós. – Scully entrou no apartamento e viu a irmã
na sala – Melissa? O que está fazendo aqui?
- Deixe-me te
ajudar. – Mulder aproximou-se de Scully – Vou levar tudo para a sala.
- Melissa, pode me explicar
o que faz aqui? – Dana caminhou para a sala, após entregar os sacos para
Mulder.
- Dana, vim visitar
o Mulder. – Melissa ficou em pé – Já que vocês vão trabalhar, eu já vou indo.
Scully só olhou a
irmã saindo da sala. Melissa aproximou-se de Mulder, que estava próximo a
porta, e beijou-o no rosto.
- Melissa, sabe
como me encontrar. Depois, se eu puder ajudar, estudamos juntos.
- Obrigada, Mulder.
Tchau. – Melissa foi embora.
Mulder fechou a
porta e encarou a parceira.
- Vai me responder
o que minha irmã fazia aqui? – Scully disparou.
- A Melissa veio
conversar, Scully. – Mulder permaneceu parado no lugar.
- Não sabia que
eram amigos.
- Não exatamente. –
Mulder ousou caminhar até a parceira – Vamos sentar e conversar.
- Eu vim para
perder meu sábado trabalhando. – Scully esbravejou.
- Scully, eu não
posso te contar sobre o que conversamos. Sua irmã que tem de te contar.
- É um segredinho
de vocês?
- Scully, é um
assunto da sua irmã. Eu só acho que ela deve contar para você. Só isso. Não
cabe a mim. – Mulder suspirou e sentou no sofá – Já que vai perder o sábado
presa comigo, por que não vai dar uma volta, encontrar alguém ou fazer algo
melhor do que ficar aqui?
- E você vai trabalhar?
– Scully rosnou.
- Sei que é uma
coisa inédita, mas vou sim. – Mulder brincou tentando amenizar a situação.
- Não tenho muita
opção… – Scully sentou no sofá ao lado de Mulder e começou a trabalhar.
Mais tarde, Scully
deitou a cabeça no encosto do sofá. Uma dor de cabeça estava instalada.
- Você está bem? –
Mulder percebeu.
- Eu estou bem.
- Tudo bem. Quer
fazer uma pausa e descansar um pouco?
- Não. Temos que
terminar, pelo menos, esse arquivo.
- Eu estou com
fome. Vou fazer uma pausa. – Mulder tentou.
- Faça o que
quiser.
- Scully, vou comer
e quero tua companhia. Você está cansada e…
- Chega! Eu não aguento
mais. Vou embora. – ela respondeu ríspida – Chama a Melissa para te fazer
companhia.
- Scully… Tudo bem.
– Mulder respirou fundo – Quer que eu te leve?
Scully não
respondeu e chispou para fora do apartamento.
XxX
No dia seguinte, Margareth Scully sentiu uma certa animosidade entre as
filhas.
- Posso saber qual o problema das duas? – a mãe perguntou enquanto fazia
tricô – Vocês mal se falaram durante o almoço e o silêncio dessa sala é
aterrador.
- Estou cansada, mãe. Trabalhei ontem e amanhã tem mais. – Dana respondeu.
- Missy, você passou dias viajando e não deu notícias. – Maggie falou –
Participou de algum retiro espiritual?
- Fiz um curso, mãe. – Melissa respondeu.
- E que curso, hein? – Dana ironizou.
- Por que não me conta sobre o curso, Missy? – Maggie parou de tricotar.
- Porque a senhora vai achar loucura e inútil.
- Não, minha filha. Eu aprendi muitas coisas nessa vida. Seu curso
anterior, de aromaterapia, foi importante. Você sabe que ode nos contar tudo.
- É. Que curso foi esse que você foi correndo contar para meu parceiro? –
Dana alfinetou.
- Fiz um curso de doula da morte. – Melissa respondeu e suspirou.
- Você vai matar as pessoas? – Maggie espantou-se.
- Não, mamãe. Vou levar consolo, conforto e dignidade para pacientes
terminais. Enquanto a equipe de saúde oferece cuidados paliativos, a doula
oferece apoio emocional e espiritual à pessoa e à família. Ninguém deve morrer
sozinho. – Melissa explicou calmamente – Mãe, eu vou ajudar pessoas. Não vou
matá-las.
- Entendi. Isso é bom, não é? – Maggie falou consternada.
- E o que o Mulder tem a ver com isso? – Dana votou a perguntar a irmã –
Responda, Missy. Por que foi procurar o Mulder?
- O Mulder é o único que poderia entender a minha motivação e com quem
eu me senti à vontade para conversar sobre o assunto. – Melissa falou olhando a
irmã com carinho, mas viu que Dana se apressou em sair da sala – Ela quis saber
e foi embora.
- Vou conversar com a Dana. – Maggie foi atrás da filha e encontrou-a na
cozinha – O que houve, Dana?
- A Melissa.
- O que tem sua irmã? – Maggie sentou à mesa e a filha a acompanhou –
Está com ciúmes?
- Ela misturou tudo. Não é possível ela ter um relacionamento com o
Mulder. Ele é meu parceiro. Trabalhamos juntos.
- Dana, eles estão construindo uma amizade.
- Mãe, eu trabalho com o Mulder. A Missy é minha irmã.
- Enquanto você esteve desaparecida e no período de sua internação, o
Fox esteve próximo. Eu mesma construí um relacionamento com ele. Não sei se é
uma amizade ou uma estranha dependência, Dana. Sei que ele é um homem bom.
Alguém de fora da família que posso contar sempre.
- Mãe, eu… Eu não sei.
- Você não tem ciúmes dele com sua mãe, né? – Maggie falou divertida –
Sou viúva e o Fox é um homem muito bonito, mas…
- Mamãe! – Dana corou.
- Dana, não creio que a Missy esteja interessada romanticamente no Fox.
Não precisa fica com ciúmes. Por que não vai para casa, pensa uns dias e voltar
a conversar com sua irmã?
XxX
No dia seguinte, Scully chegou ao escritório antes de Mulder. Trouxe
café e baguetes. Abriu espaço na mesa e ajeitou o café da manhã.
- Scully, fala que trouxe a geleia de laranja que sua mãe faz. – Mulder entrou
– Bom dia, luz do sol.
- Bom dia, Mulder. – ela sorriu – Hoje, é recheio salgado, mas a geleia
de mamãe é divina mesmo.
- Scully, obrigado por trazer o café hoje.
- Mulder, podemos conversar?
- Ih… O que fiz? Devo ter te feito algo grave. No sábado, você estava
chateada comigo. – Mulder sentou na mesa e ficou de frente para Scully – Pode falar.
- Eu fiz mau juízo de você e de minha irmã. – Scully começou.
- Está tudo bem. Eu achei que vocês deveriam conversar sobre o assunto e
não eu contar para você.
- Podemos comer e tomar café enquanto falamos? – Scully sugeriu.
- Claro. – Mulder foi sentar-se na cadeira dele e Scully na dela – Está muito
bom esse café.
- É daquela deli brasileira perto daqui.
- Você sabe como conquistar um homem pelo estômago. – Mulder mordeu a
baguete.
- Que bom que gostou. Eu gosto do café de lá, que é moído na hora.
- Scully, por acaso, você achou que eu estou envolvido com a Melissa? É
isso?
- Sim. – Scully corou.
- Não se preocupe. A Melissa e eu tivemos umas discussões, mas acho que
somos amigos. Tomamos um suco juntos uns dias depois da tua alta.
- Ah…
- Scully, sabe que podia ter perguntado isso antes. Não é necessário ter
ciúmes. Você ficou tão nervosa comigo! Eu só percebi o que aconteceu quando
você foi embora. Juntei dois e dois.
- Mulder, você me perdoa?
- Não há o que perdoar, Scully. A Melissa e eu estamos tentando construir
uma amizade e ela achou que eu entenderia a história do curso melhor que você.
- Mas…
- Ela fez o curso de doula do fim da vida e veio pedir ajuda para mim. Ela
contou para sua mãe?
- Sim. Mamãe não entendeu de pronto.
- Acho que você poderia ajudar sua irmã a encontrar um hospice onde ela
possa ser voluntária.
- Você me ajuda?
- Claro, Scully. A Melissa me pediu para estudar alguns temas com ela.
Acho que podemos estudar e discutir os três juntos.
- Com certeza. – Scully sorriu aliviada.
XxX
Os dias passaram. Era o primeiro dia de voluntariado de Melissa.
- Vocês não precisavam ter vindo comigo. – Missy falou para Scully e
Mulder – Eu acho que dou conta.
- Lembre-se do que conversamos. – a irmã mais velha falou – Sei que dá
conta.
- Estaremos te esperando, Melissa. – Mulder falou.
- Obrigada. – Melissa entrou no quarto da paciente que acompanharia
naquele dia.
A paciente foi se apagando aos poucos. Melissa ofereceu conforto espiritual
e exercícios de relaxamento. Confortou a mulher por um tempo. Ficou com a família
e a paciente até que o inevitável aconteceu.
Saiu do quarto, dando privacidade ao grupo familiar. Viu Mulder e Scully
conversando baixinho no corredor.
- Ela se foi. Descansou. – Melissa sentiu-se leve – Eu a confortei até o
fim. Isso me dá paz.
- A paciente também está em paz. – Dana falou – Você está bem?
- Sim. – Melissa abraçou a irmã.
Mulder afastou-se um pouco das irmãs. Estava orgulhoso de vê-las bem e
interagindo, sem qualquer mal-entendido.
- Hei, grandão. – Melissa separou-se da irmã – Quero um abraço. E o
jantar é por tua conta.
Mulder abraçou Melissa carinhoso.
- Será um prazer jantar com duas mulheres lindas. – Mulder separou-se de
Melissa e ofereceu o braço para as duas irmãs.
Os três amigos jantaram em um restaurante em Georgetown. Melissa estava
em paz e contente por poder ajudar as pessoas nos momentos finais da vida.
Mulder estava contente pelas irmãs terem feito as pazes e por Scully não ter
mais ciúmes. Já Scully estava aliviada pela irmã ter encontrado uma atividade
que gostasse e por não ter se envolvido com Mulder. E a vida seguiu seu curso.
Fim
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