Título:
Libertação Total
Autora:
Rosa Maria Lancellotti
Disclaimer:
Não são meus e não estou ganhando nada com essa estória. Pertencem a 20 th
Century Fox, a Chris Carter, a 1013.
Sinopse: Pós Sein und Zeit e Closure. Nesta fic, Mulder e Scully já estão envolvidos há muito tempo.
Data:
Não foi datada, mas garanto que tem quase dez anos.
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8º
Capítulo
Algumas
horas depois...
-
Adorei, Mulder, adorei. Pena que mamãe foi embora. – Dana disse entrando no
apartamento dela acompanhada por Fox.
- É, mas
a Maggie estava cansada. – Mulder fechou a porta.
- Ai,
ai... – Scully sentou-se no sofá e tirou os sapatos.
- Está
com dor nos pés? – Mulder disse tirando o casaco e juntando-se à amada no sofá
– Quer uma massagem?
- Quero,
meu anjo. A sua, eu continuo devendo, né? – disse Scully colocando o pé no colo
de Mulder, que massageou os pés dela – O que queria me contar?
- Está
naquele envelope que eu trouxe do carro.
- Tá
bom. Agora, é sua vez de falar. Estou escutando.
Mulder
parou a massagem, levantou do sofá e foi até a mesa de jantar pegar o envelope.
Voltou para o sofá e colocou o envelope na mesinha de centro. Sentou ao lado de
Scully e falou:
- Antes
de te mostrar, eu quero saber se você vai ter muito ciúmes. – Mulder disse tomando
as mãos de Scully entre as suas.
- Eu
tenho muito ciúmes de você, Mulder. Mas são apenas documentos, não é? – Scully
estava intrigada. Procurou os olhos do parceiro tentando entender o que ele
queria dizer. Retirou suas mãos da dele e continuou falando enquanto pegava o
envelope – Posso abrir?
- Eu
prefiro abrir. Você se importa?
- Não,
Mulder. – ela passou o envelope para Mulder, que o abriu e logo entregou um
envelope a ela – Uma carta. Bom, antes de abri-la o que tem a dizer?
Mulder
ajeitou-se no sofá e começou a falar:
- Esta
carta eu recebi no fim de um de meus relacionamentos. Veja o remetente, Dana.
- Phoebe
Green. – Scully leu em voz alta – Agora, entendi o porquê falou sobre ciúmes.
Já tive muito ciúmes dela, mas agora você é meu. – sorriu maliciosamente.
- É,
minha linda. – devolveu o sorriso – bom, você quer ler ou... Prefere que eu te
conte?
Scully
abriu o envelope, retirou a folha de dentro e leu o conteúdo. Ao fim, exclamou:
- Que
ordinária! Disse que só porque você fazia psicologia se achava no direito de
analisá-la.
- Foi o
que eu te falei. A Phoebe nunca quis conversar. Eu estava cego de paixão, mas
eu nunca a amei. Ela queria apenas sexo e eu também. Só que um dia, eu
perguntei o que ela pensava da vida, do nosso namoro...
-
Deixa-me ver se eu entendi, Mulder. – Dana encostou-se no sofá – Você terminou
o relacionamento com ela, porque ela não quis conversar?
- Não
simplifique assim, Dana. Vou contar com detalhes. Você aguenta? – Mulder
perguntou e a mulher assentiu afirmativamente e Mulder a acolheu em seu colo –
Nós estávamos nus na minha cama. A Phoebe tinha mania de andar nua pelo quarto,
mas naquela noite algo nos inquietava. Eu estava coberto com um lençol, sentado
na cama, fumando e ela não parava de se virar na cama. Reclamou que não tinha
sono e tentou se jogar no meu colo novamente. Eu a repeli e perguntei o que ela
pensava da vida, casamento, filhos, amor verdadeiro e não apenas sexo.
Perguntei se ela acreditava que a vida era um conjunto de coisas, ações e
sentimentos. Ela se ofendeu.
- Como?
- É,
Scully. Ela ficou ofendida com a minha pergunta. Disse que eu não me importava
com ela e não precisava mais procurá-la. Eu rebati o que a Phoebe disse
reclamando que ela nunca havia me dito o que ela precisava. Então, ela se
vestiu e saiu do meu quarto. No dia seguinte, quando cheguei no quarto, esta
carta estava embaixo da porta. Eu li, reli, chorei e decorei esta carta.
- Você
me disse que não a amava. Mas você a procurou...
- Eu
nunca a amei, mas fui apaixonado por ela. Quando a revi, o sentimento veio à
tona novamente.
- Eu
entendi, Mulder. Tudo bem. Só não diminui o ciúme que tive dela. – Dana
acariciou o rosto aflito de Fox – Você decorou a carta?
-
Memória fotográfica, lembra?
- Ela me
deixa com raiva. – Dana confessou – Sei que já faz tempo, mas ela se achava
melhor que você. Eu não aceito isso.
- Se eu
soubesse...
- E o
outro episódio? Acho que sei quem é. É a outra, né? Não é a Bambi, nem a White.
- Não.
Para você, é algo pior.
- Pior
que pegar você na cama com outra, Mulder?
- Sim,
há, Scully.
- Fox...
– Dana ergueu uma sobrancelha.
- Ela
mesma. Você está certa.
- Mulder,
– Scully olhou profundamente dele – não acredito que é quem estou pensando.
- Sim. –
Mulder fez com que Scully saísse de seu colo, pegou o envelope novamente e
tirou de lá duas folhas de papel – Veja, Scully. – entregou a ela os papeis.
Scully
leu atentamente aos papeis. Eram duas certidões: uma de casamento e outra de
divórcio. Respirou e perguntou:
- Você
quer falar sobre isso?
- Não
sei. Mas, acho que devo. Agora, somos um casal e eu nunca te falei da minha
história com ela.
- Quer
falar, Mulder?
- Não
sei. Ela está morta e não pode mais se defender.
- Não
pense em dizer o nome dessa vadia. Ela me enjoa. Só de pensar nela, meu
estômago já está embrulhado. – Dana disse passando a mão sobre a barriga.
-
Desculpe. Não queria te deixar assim. – os olhos de Mulder estavam rasos d’água.
Ele colocou a mão sobre as de Scully.
- É só
maneira de falar, meu amor. Eu fico doente só de lembrar o que ela fez com
você. Tem mais?
Mulder
afastou as mãos das de Scully e abaixou a cabeça. Tentou controlar-se, mas não
conseguiu. As lágrimas escorriam por seu rosto livremente. Scully aproximou-se
e trouxe a cabeça de Mulder para seu ombro.
- Eu
estou te escutando, Mulder. O que te deixou desse jeito?
- Nós
éramos jovens. – Mulder abraçou-a com força – Eu...
- E a
Diana. Tudo bem, querido. Continue.
- Nós
nos casamos em segredo. Pouquíssima gente sabia, mas ela queria mais de mim. Isso
acabou com a nossa relação. Achei que estava pronto pra falar...
- Tudo
bem, Mulder. – Scully acariciou as costas de Mulder.
- Não
quero mais falar sobre isso.
- Tudo
bem, meu anjo. – Scully falou suave – E sobre a separação?
- Um mês
e meio depois. A anulação só ocorreu um ano depois.
-
Pronto. Se quiser continuar, estarei aqui.
-
Obrigado, minha linda.
- De
nada, meu anjo. Sabe o que eu quero?
-
Talvez. – ele se separou dela.
- Quero
te fazer aquela massagem que eu prometi. Você precisa dormir.
- eu
ainda não terminei de massagear seus pés, Dana.
- Não
faz mal. Venha comigo. – Scully levantou do sofá e foi para o quarto. Chegando
lá, acertou o vestido e sentou-se nos pés da cama. Esperou por Mulder, que
chegou alguns minutos depois – Você demorou, meu amor. Deite-se, querido.
Mulder
aproximou-se de Scully e beijou-a com sofreguidão. Ao se separarem, ele a
obedeceu. Deitou-se e colocaram os dois pés ao alcance de Scully, que começou a
massagear o pé direito dele. Logo depois, pegou o esquerdo. Ela percebeu que
Mulder havia dormido e estava bem tranquilo. Acertou o vestido e deitou-se ao
lado dele.
- Não
gosto que você faça massagem em mim de saia. – Mulder falou sonolento – Isso me
dá ideias maliciosas.
-
Fingido. Durma bem, meu anjinho. – Dana beijou-lhe a testa e encostou a cabeça
no tórax dele.
O casal
dormiu o resto da tarde abraçados com a esperança de ficarem assim para o resto
da vida.
“O amor
é a libertação total das almas.” (A.D.)
Fim
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