Título:
Libertação Total
Autora:
Rosa Maria Lancellotti
Disclaimer:
Não são meus e não estou ganhando nada com essa estória. Pertencem a 20 th
Century Fox, a Chris Carter, a 1013.
Sinopse: Pós Sein und Zeit e Closure. Nesta fic, Mulder e Scully já estão envolvidos há muito tempo.
Data:
Não foi datada, mas garanto que tem quase dez anos.
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1º
Capítulo
Fox
Mulder, após resolver o caso Amber Lynn La Pierre, resolveu dar à sua mãe um
enterro decente. Pensou em pedir ajuda à sua parceira, melhor amiga e amante
Dana Scully.
Estava
cansado, triste, sentia-se derrotado, deitado em seu sofá de couro preto, ainda
de terno e de sapatos. Não tinha forças para nada. Uma forte dor de cabeça o
desanimava muito. Queria que Scully estivesse com ele, mas não conseguia nem
levantar do sofá para pegar o telefone.
Seus
desejos foram atendidos, pois Scully bateu a porta e entrou no apartamento.
-
Mulder, eu estou entrando. – disse fechando a porta. Não obteve resposta.
Caminhou até perto do sofá e sentou-se na mesinha de centro. – Pegou na mão
dele e disse: - Eu estou aqui. Você quer alguma coisa?
Fox
suspirou pesadamente.
- Vamos.
Acabou, tudo acabou. Eu estou aqui. Minha mãe te mandou um beijo. – disse
trazendo a mão dele aos lábios e beijando-a.
-
Scully, – falou baixo – preciso de sua ajuda.
-
Diga-me.
- Eu
quero enterrar minha mãe.
- Eu te
ajudo a preparar tudo.
-
Obrigado.
- Não
tem o que agradecer, meu anjo. – Dana respondeu com lágrimas nos olhos.
Mulder
sentou no sofá e continuou segurando a mão de Scully.
-
Obrigado por me amar tanto, Scully.
-
Mulder, não me agradeça. Vá deitar na cama. Eu te ajudo. – dizendo isso, Scully
levantou da mesinha e, segurando as duas mãos de Mulder, levantou-o do sofá.
Ele, por sua vez, apoiou-se nela e caminharam até o quarto. Chegando lá, Dana
fez com que Fox sentasse na cama, tirou-lhe o paletó, a gravata, o cinto, abriu
os botões da camisa dele e tirou sapatos e meias. Continuou falando: – Ordens
médicas. Quero que fique deitado. – ela sorriu.
- Não
vai tirar minhas calças? – Mulder falou maliciosamente.
-
Mulder! – Scully o repreendeu – Vou terminar de tirar a sua camisa. – ela
retirou a camisa e continuou – Não vou tirar suas calças. Você as tira e eu te
dou o pijama.
- OK. –
Mulder levantou-se, retirou as calças e recebeu sua calça de flanela e uma
camiseta. Vestiu-se e deitou-se.
Scully
pendurou o paletó no armário e guardou os sapatos. As demais peças de roupas, colocou
no cesto de roupa suja. Após isso, pegou o edredom e cobriu Mulder.
- Meu
anjo, vou preparar um chá para você, mas, antes, vou fazer algumas ligações e
acertar tudo o que você me pediu.
- Tá
bom, lindinha.
- Se
precisar de mim, estarei na sala. – Dana inclinou-se e beijou a testa dele.
Saiu do quarto de foi para a sala.
Scully
pegou o telefone, sentou no sofá e ligou para sua mãe.
- Alô? –
atendeu Maggie Scully.
- Mamãe,
sou eu.
- Oi,
Dana. Você está bem? E o Fox?
- Está
tudo bem comigo. O Fox está deitado.
- Fale,
minha filha. Algo te aflige.
- Sim,
mãe. O Mulder quer que eu prepare o enterro para a mãe dele. Eu só liguei para
me acalmar.
- Filha,
como está lidando com ele?
- Estou
me controlando. Tenho consciência de que tenho de ser força para ele, não posso
chorar, mas as lágrimas enchem meus olhos.
- Dana,
como vocês estão?
- O
nosso relacionamento?
- Sim.
- Está
bem, mãe. Nós estamos indo bem. Programamos a inseminação artificial.
- Um
netinho! Que bom! Cuide-se, minha filha. Dá um beijinho no meu genro, viu?
- Tá
bom, mamãe. Tchau.
- Tchau,
querida.
Dana
desligou o telefone, levantou do sofá, foi até a escrivaninha de Mulder,
procurou a lista telefônica e buscou alguns contatos.
Durante
uma hora, telefonou e acertou todos os detalhes para o enterro. Só, então, foi
para a cozinha, preparar o chá que havia prometido levar para Mulder. Colocou a
água para ferver e procurou pelos armários, que estavam uma bagunça, as
caixinhas de chá.
- Só meu
anjinho para ser capaz de tirar tudo do lugar. – disse sorrindo ao lembrar de
que há duas semanas havia arrumado os armários da cozinha de Mulder.
Scully
acabou encontrando o que queria e terminou de preparar o lanche. Pôs em uma
bandeja a xícara com o líquido fervente e um pratinho com duas torradas com
geleia. Levou para o quarto.
Chegando
ao cômodo, dirigiu-se a cama, onde sentou. Colocou a bandeja no criado mudo e
começou a observar o homem deitado a sue lado.
Mulder
continuava deitado de lado, assim como Scully havia o deixado. Dormia
encolhido, envolto pelo edredom. Seu rosto demonstrava cansaço, tristeza, com
certeza estava carente. Precisava dela. A cena a entristeceu e as lágrimas
correram por seu rosto.
- Anjinho,
acorda. – Dana o chamava delicadamente, chorando e acariciando os cabelos de
Mulder, que foi abrindo lentamente os olhos. – Oi. – disse Scully vendo que ele
havia acordado.
-
Lindinha, você está chorando. – disse Fox sentando na cama – O que foi?
- Nada.
Eu estou cansada. Só isso. – enxugou as lágrimas e continuou: – Trouxe chá com
torradas para você. – apontou o criado mudo.
- Oh,
meu amor! Não precisava.
-
Mulder, você tem de se alimentar. – disse passando a xícara para ele.
- Tá
bom. – pegou a xícara e sorveu o chá – Obrigado, querida.
- Coma
as torradas. – ordenou Dana pegando uma das torradas do prato – Eu dou na sua
boquinha. – disse levando o pão à boca do amado que deu uma bela mordida.
- Que
delícia! Geleia de morango! – Fox sorriu. Era um sorriso triste, mas
extremamente sincero – Você vai me acostumar mal.
- Eu
gosto de mimar você, Mulder.
- Você
gosta de ser mimada? – perguntou Mulder tirando o pão da mão da amada,
molhando-o no chá e mordendo-o.
- Acho
que toda mulher gosta. Eu adoro quando sou mimada por você. Agora, você acaba
de comer. Vou telefonar para mamãe.
- Dê um
beijo na Maggie por mim.
- Pode
deixar. Meu anjo, eu já resolvi tudo.
-
Obrigado.
- Não
gosto quando você me agradece.
-
Lindinha, eu sou grato por todos esses anos. Você que é meu anjo da guarda.
- Tá
bom. – Dana disse levantando-se da cama e saindo do quarto. Voltou para a sala
e ligou para Margareth Scully.
- Filha?
– atendeu Maggie.
- Como a
senhora sabia? – respondeu Dana.
- Estava
pensando em você, querida. Resolveu tudo?
- Sim.
Ah, o Fox mandou um beijo.
- Diga a
ele que amanhã ele poderá me dar o beijo.
- Por
quê?
- Eu vou
ao enterro com vocês. Preciso te ajudar a se segurar. E o Fox precisa de mãe.
- É. Eu
iria pedir ajuda mesmo, mamãe.
- Ele
está bem?
- Um
pouco melhor. Eu preparei um chá com torradas para ele.
- Que
bom! E você? Como está? Conte-me a verdade.
-
Fisicamente, estou bem, mãe, mas psicologicamente, não sei bem. Sinto carência.
Mulder também está carente, por isso estou tentando ser o mais forte do que
posso. Não sei se consigo.
- Dana,
você sempre conseguiu.
- Sim.
Continuo conseguindo, mas, quando estamos sozinhos, eu esqueço todas as
barreiras, deixo que ele me veja do jeito que sou. Estou errada?
- De
jeito algum, filha. Está correta. Tente suprir a carência de menino.
- A
senhora tem razão.
- Vai
ficar tudo bem. O amor é um santo remédio.
- Reze
por nós, mamãe.
- Rezo
para vocês todos os dias. Querida, o Bill chegou para jantar. Conversamos
depois. Tchau.
- Tchau.
– Dana desligou o telefone.
Nesse momento,
Fox vinha entrando na sala. Foi até a cozinha, deixou o prato e a xícara na
pia. Voltou à sala. Sentou-se ao lado de Scully, que logo perguntou preocupada:
-
Mulder, você está bem?
- Estou.
E você?
- Eu
estou bem, querido. – Scully disse abraçando-o e encostando a cabeça no tórax
dele. Mulder retribuiu o abraço. – Eu já te disse. Estou cansada. Só isso.
- Eu sou
culpado pelo seu cansaço. Você passou várias noites acordada comigo, tentando
me controlar.
- Não se
sinta culpado, Mulder. Estou retribuindo anos de proteção. E também é por amor.
Anjo, eu te amo tanto, não posso te deixar carente, sofrendo, frágil, sem te
ajudar.
-
Scully, eu só preciso que você me faça quatro favores. Depois, eu te libero,
lindinha.
- Só
quatro? – Scully disse olhando-o nos olhos, sem sair do abraço – Faço quantos
favores você quiser.
- Quero
que chame sua mãe para ir ao enterro.
- Já
chamei. Aliás, ela se ofereceu para ir conosco.
- Chame
o Skinner.
- Por
quê?
- Alguém
precisa dirigir o carro. Afinal, como me disse: precisa ficar ao meu lado.
Os dois
aproximaram seus lábios e iniciaram um daqueles beijos que os deixou perder a
noção do tempo. Após alguns minutos, separaram-se ofegantes.
- E os
outros dois favores? – Dana perguntou acariciando o rosto de Fox.
- Queria
um beijo. Você já me deu.
Scully
deitou no sofá e puxou Mulder para cima dela. Os dois voltaram a se beijar com
sofreguidão. Eram beijos com urgência. Ambos estavam carentes e precisavam
desse carinho mais íntimo. Mulder deixou os lábios de sua amada e começou a
beijar-lhe o pescoço. Então, parou e sorriu. Beijou Scully mais uma vez,
levantou-se e sentou-se na mesinha de centro. Dana sentou-se no sofá.
- Aqui
não é momento para isso. – Mulder falou acariciando o rosto de Scully – O
quarto favor é composto de vários pedidos. Pode ser?
-
Anjinho, você pode pedir tudo o que quiser. Diga.
- Quero
que me diga como resolveu tudo o que te pedi.
- Só fiz
os contatos e a Kimberly fechou os valores. Deixei por conta do governo.
Mulder a
repreendeu com o olhar.
- Anjo,
me entende, por favor.
- Tá,
lindinha. Não vamos brigar por isso. Agora, quero que vá para casa descansar.
Eu vou ficar bem.
- Mas...
- Antes,
quero ouvir aquelas três palavrinhas.
- Eu te
amo, meu anjinho.
- Eu
também te amo, lindinha. Agora, vá para casa.
- Não,
Mulder.
- Não
discuta comigo. Eu quero ficar um pouco sozinho.
- Tudo
bem. Eu entendo. Mas, antes, quero que vá tomar um banho demorado para relaxar.
– Scully consultou o relógio de pulso e continuou – São quase oito horas da
noite. Vou preparar algo para comermos. Vamos jantar juntos, querido. Mas,
depois, vou seguir seu conselho.
- Tá,
lindinha. – Mulder levantou-se e foi tomar banho.
Enquanto
Mulder tomava banho, Scully fazia sopa de batatas.
Dana
arrumou a mesinha de centro para jantarem, colocou um pijama quente em cima da
cama para Mulder vestir e, voltando para a sala, ligou para Skinner.
-
Skinner.
-
Senhor, é Scully.
- Como
está Mulder?
-
Triste, mas está bem. Obrigada por tudo.
- Não
fiz mais nada que a minha obrigação.
- Quero
pedir mais um favor. O senhor poderia nos levar amanhã ao cemitério?
- Sim.
Vamos no meu carro que é maior.
- Ok.
Obrigada, senhor.
- Até
amanhã, Scully.
- Tchau.
– Scully desligou e foi ver a sopa. Retirou a panela do fogão, desligou o fogo
e levou a panela para a sala. Arrumou a panela no porta panela na mesinha de
centro e voltou à cozinha.
Quando
voltou à sala, encontrou Mulder sentado no sofá, de cabelos úmidos, vestido com
o pijama de flanela que ela tinha separado, tinha os olhos vermelhos e fixos no
nada.
Dana
nada falou. Apenas tocou-lhe o rosto e o serviu. Encheu seu prato também e
sentou ao lado dele.
- Vamos
jantar, Mulder. Come um pouquinho.
Ele
obedeceu. Não queria falar. Tinha chorado muito durante o banho. Estava frágil.
O
silêncio imperava no recinto.
Quando
acabaram de jantar, Dana levantou-se e levou os pratos e a panela para a
cozinha. Voltou para a sala e Mulder continuava no mesmo lugar.
- Anjo,
– disse Dana voltando a se sentar ao lado de Fox – não posso te deixar assim.
- Quero
ficar sozinho. Nós nos vamos amanhã.
- Eu te
entendo. Amanhã, venho te buscar às sete da manhã. Tente dormir. Se não
conseguir, apenas descanse.
-
Lindinha, abrace-me. – pediu Mulder voltando a chorar. Scully o abraçou com
força e deixou que ele chorasse.
Quando
Mulder acalmou, Scully perguntou:
- Tem
certeza de que não quer que eu fique?
- Tenho.
Só me ponha na cama.
Levantaram-se
do sofá e foram abraçados para o quarto. Mulder deitou na cama e Scully o
cobriu. Ela beijou-lhe a testa.
- Quer
uma massagem, Mulder? – disse sentando-se na cama.
- Não.
- Quer
que eu espere você dormir?
- Não,
obrigado, querida.
- E
ouvir uma história?
- Não
sou mais criança.
- É sim.
Você é meu menino. – Dana começou a acariciar os cabelos de Fox – E ouvir uma
canção?
- Amor,
vá para casa.
- você
vai ficar bem, anjinho?
- Vou.
- Não me
convenceu ainda.
- Vou
ficar bem, lindinha.
Scully
inclinou-se e deu-lhe um leve beijo nos lábios.
- Tchau,
meu anjinho. Eu te amo.
- Eu te
amo também. Tchau, lindinha.
Scully
saiu do apartamento de Mulder, pegou seu carro e seguiu para casa.
Continua...
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