20/08/2018

#14 - Dona Leopoldina: A história não contada, de Paulo Rezzutti

Resultado de imagem para dona leopoldina a história não contadaCaros leitores,

Eu desteto os programas do canal GloboNews, porém há um que se salva: GloboNews Literatura.

Em um de seus episódios, trouxe a indicação do livro "Dona Leopoldina: A história não contada", escrito pelo pesquisador paulista Paulo Rezzutti.

Em pleno auge da novela da Rede Globo, "Novo Mundo", e no momento do sucesso da interpretação divina de Dona Leopoldina por Letícia Colin, o livro surgiu. Isso aguçou a minha curiosidade. Porém, só o li neste último mês.

O autor criou uma coleção intitulada "A História Não Contada". No primeiro livro desmitifica a figura de Dom Pedro I. No segundo, traz a história e enaltece a importância da Imperatriz Dona Leopoldina.

No imaginário brasileiro, Leopoldina é conhecida como o vértice frágil do triângulo amoroso mais famosa da História integrado por ela, Dom Pedro e Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos. Porém, a Arquiduquesa da Áustria sofreu sim pela traição, mas sua trajetória é exemplo para nós mulheres.

Culta e refinada, Leopoldina deixou a Europa em 1.817 para uma aventura no mar e no Brasil. Tornou-se uma estrategista política fundamental para o processo da Independência.

Mulher forte e frágil, inicialmente odiada e depois amada, considerada mãe dos pobres, Leopoldina foi uma figura essencial para que muitas coisas ocorressem no Brasil política e economicamente. Devemos muito à ela.

Já não era fã da figura de Dom Pedro I nem da Domitila, agora, menos ainda. Já era muito fã da Leopoldina, agora sou obssessiva.

Foi uma mulher que arquitetou a Independência do Brasil! Cena lamentável protagonizada por Dom Pedro I, porém de muito valor histórico para este país: ver-se livres das garras de Portugal.

O livro conta como viveu Leopoldina Carolina Josefa Habsburgo-Lorena, que depois adotou Maria como seu primeiro nome, costume da família Bragança a qual passou a pertencer. 

De todos os filmes, minisséries e novelas que retratam a época, a novela citada no início da publicação foi a que mais se aproximou da realidade.

Resultado de imagem para dona leopoldina e os filhosO final da vida da Arquiduquesa foi tão sofrido, tão comovente, que ainda estou chocada. A morte dela evidencia a falta de preparo dos médicos que havia no Brasil e dos europeus. As técnicas medievais e a falta de assepsia foram um dos fatores que contribuíram a morte da jovem de 29 anos. Mais comovente ainda é o beija-mão póstumo de Dona Leopoldina pelo filhos.

Leopoldina sofreu, mas triunfou e foi amada (e ainda é) pelo povo brasileiro. Dom Pedro I também foi importante, mas também violento, inconsequente e impulsivo. a violência contra a mulher e as crianças foi evidenciada no texto. 

O livro apresenta estudos profundos sobre a família real, incluindo o relatório forense (2012). Apresenta também aquarelas que ilustram as cenas mais famosas e o cotidiano das pessoas na época. Inclui também dois artigos. O primeiro assinado pela Professora Claudia Witte e o segundo pela Hisoriógrafa Viviane Tessitore, da PUC/SP (em homenagem póstuma, Viviane deixou-nos em 2016). Tanto a Professora Claudia quanto Viviane Tessitore foram fundamentais na pesquisa de Paulo Rezzuti para o livro sobre a Imperatriz Leopoldina.

Eu costumo abraçar meus livros ao terminar a leitura (coisa de louco, sim). Este livro deve ser abraçado e acarinhado, pois Leopoldina merece todo o nosso carinho por sua importância histórica e por tudo o que sofreu.

Vale muito a pena ler, principalmente, porque as fontes de pesquisa são confiáveis! Ufa! Finalmente, um livro bem fundamentado!

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