Disclaimer: Não são
meus e não estou ganhando nada com essa história. Pertencem a 20 th Century Fox, a Chris Carter, a 1013.
Sinopse: POV Jackson/William. Ele só
queria contar uma história, mas algo inesperado o faz repensar sua vida e seu
futuro.
Data de início: 09/02/2023
Data de término: 28/02/2023
Classificação
etária: 18 anos
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2º Capítulo
- Oi. Eu sou…
- Eu sei quem você
é. Se não aparecer agora para o papai e a mamãe, eu vou contar o que anda
fazendo. – ela ameaçou sorridente.
- Dorothy! – Fox
Mulder chamou – Onde você se escondeu? Está muito frio e o papai já está
cansado.
- Dorothy! – Dana
Scully encontrou a filha – O que está fazendo aí?
- Vim encontrar o
intruso, mamãe. – a menina respondeu vitoriosa.
Aí, eu vi que não
tinha mais jeito e me revelei.
- Eu posso
explicar. – ofereci, mesmo sabendo quão manca é essa afirmação.
- Jackson? – ela se
espantou, mas sabia que era eu.
- Sou eu.
- O que faz aqui? –
Mulder se aproximou protetor.
- Eu posso
explicar. A Dorothy me encontrou e…
- Você é danado!
Ai, ai, ai. – Dorothy cruzou os braços e bateu o pezinho direito no chão.
- Venha, Dorothy. –
a mãe chamou – Vamos entrar.
- Jackson, duas
palavrinhas. – Mulder indicou um banco de alvenaria no quintal. Nós nos
sentamos e ele continuou – Desde que a Scully teve a Dorothy, ela não te sentia
mais.
- Cortei parte da
conexão, mas eu tenho observado vocês e lido suas mentes. – eu confessei –
Estou morando em uma casa abandonada nessa estrada.
- Achamos que as
histórias que a Dorothy nos contava era fruto da imaginação dela. – Mulder me
falou tranquilo – Não quero que mexa com as emoções da Scully nem com a
Dorothy.
- Eu entendo. – meu
estômago roncou.
- Está com fome?
- Acho que sim.
- Venha. – Mulder
falou e me fez acompanhá-lo.
Era estranho. Não
via meus pais ali. Era como se fosse um casal de amigos.
Entrei na casa e
Scully me olhou com lágrimas nos olhos.
- Hei! Resolvi,
finalmente, mostrar meu rosto para você. – eu falei.
- Oi, Jackson.
Entre. – ela me falou chorando.
Eu não aguentei e a
abracei. Precisava desse carinho. Separamo-nos e ela chorava mais ainda.
- Eu fiz o que não
devia. – eu fiz um comentário besta.
- Oi. Eu sou
Dorothy. Você deve ser o menino que deixa papai e mamãe triste. – a menina
falou e se aproximou.
- Oi, Dorothy. Eu
sou…
- Eu sei. Qual o
nome que vai dizer?
- Não sei. – eu
confessei e me abaixei ao nível dela – Preciso falar com a mamãe e o papai para
entender.
- Você quer um
abraço? – ela sorriu.
- Sim, Dorothy.
Ela me abraçou
carinhosa e falou:
- Não gosto de
beijo de gente estranha.
- Tá bom, docinho.
Depois de se
separar de mim, a menina foi brincar na sala.
- Agora, somos nós.
– Mulder me pegou pelo braço e levou-me para a cozinha – O que gosta de comer?
- O que você me
oferecer.
- Eu faço um
sanduíche. – Scully entrou na cozinha, logo atrás dos rapazes – A Dorothy está
à vista.
- Eu não sou mais
procurado, eu acho, e eu estava me sentindo sozinho. – eu despejei – E eu
observo vocês e leio suas mentes há um bom tempo.
- Está tudo bem. –
Mulder me falou.
- Como posso chamar
vocês? – eu falei, mas acrescentei – Posso chamá-los de Mulder e Scully, visto
que já são aposentados?
- Sim. – Scully me
serviu e eu me sentei à mesa – Que bom que você aceitou entrar. Eu adoraria
brigar com você e pedir perdão, mas o sentimento do momento é confuso. Coma.
- Obrigado. – eu
falei e comecei a morder o lanche – Eu estou falando coisas sem sentido, mas
estou querendo voltar a existir e conviver com pessoas.
O casal sentou-se à
mesa também.
- Estamos aqui para
te acolher, mas com algumas condições. – Mulder falou sereno – Não mexa com
nossos sentimentos. Não entre mais em nossas cabeças.
- Eu concordo com
tudo. Vou tentar ser um cara melhor. – eu estava me deliciando com o sanduíche
que minha mãe fez.
- Pelo menos, a
Dorothy já gostou de você. – Scully falou – Ela é autista.
- Eu sei. Vasculhei
a cabeça de vocês. – eu estava envergonhado – Preciso de ajuda também. Eu
invadi uma casa abandonada na estrada e…
- Você pode ficar
aqui por um tempo. – Mulder fez a sugestão – Eu posso te ajudar com seu dom. A
Scully pode te ajudar também.
- Papai, cadê meu
livro? – Dorothy entrou na cozinha.
- No seu quarto. –
Mulder olhou a menina carinhoso – O papai pega daqui a pouco, tá bom?
- Agora. – ela
retrucou.
- Dorothy, agora,
não. O papai está ocupado agora, mas depois pega.
A menina começou a
chorar alto e eu percebi que não era birra. Senti meus pais ficarem
apreensivos.
- Dorothy, não
chore. Brinque com seus brinquedinhos. – Scully tentou amenizar, mas a crise se
intensificou.
Fiquei sem saber o
que fazer para ajudar, então, eu fui até a menina, a abracei e a peguei no
colo. Apertei-a contra o peito até que o choro estridente se transformou em um
leve soluçar.
- Está tudo bem. Se
você esperar um pouquinho, nós lemos juntos. – falei em tom de voz baixo – O
que acha?
- Tá bom. – ela
respondeu fungando – Chão, por favor.
- OK. – eu a
coloquei no chão e ela voou para o colo do pai.
- Como sabia? –
minha mãe perguntou – Descobriu isso na nossa mente? – ela disparou entre
dentes.
- Não. Eu senti que
devia fazer isso. – eu falei e vi Mulder pegar a menina no colo. Encheu-a de
beijos e carinhos. Voltei a sentar e comer.
- Ela tem essas
crises quando contrariada. – Scully me explicou, um pouco mais calma – Você
sabe que ela é uma gênia?
- Sim. – eu sorri –
Eu quero ficar mais próximo da Dorothy e de vocês. Posso ajudar. Também fui uma
criança atípica.
- Então, bem-vindo.
– Mulder falou – Se quiser, pode trazer suas coisas para cá. Temos um quarto
que você pode usar.
- Obrigado. – eu
percebi que queria muito isso – Pode ser hoje?
Os dois sorriram
para mim e eu entendi. Eu tinha uma família de novo. Desajustada, atípica, mas
seria uma família para mim.
- Você vai ser meu
irmão? – Dorothy focou em mim.
- Ele é seu irmão,
filha. – meu pai falou carinhoso.
- Ah… Tá bom. – ela
desceu do colo de Mulder e foi para o da mãe – Legal! Um irmão grandão!
- Isso aí, Dorothy!
– eu sorri e terminei de comer – Vou buscar minhas coisas.
- Eu te levo. –
Mulder me disse – E não é uma oferta. É uma ordem.
- Sim. Obrigado,
Mulder. – eu me levantei novamente – Estou ansioso.
- Tudo bem. – ele
foi se arrumar – Dorothy, podemos ler mais tarde?
- Não, papai. Vou
ler com ele. – a menina apontou para mim.
XxX
Mais tarde, estava
eu na sala Meus pais nos observavam com curiosidade. Em pouco tempo, já éramos
amigos.
O foco da atenção
da menina é ligado a folhas, flores e frutos. Vi que gosta de borboletas, mas
não interessa tanto quanto os outros assuntos.
Pensei que essa
relação podia dar certo.
O fato é que fui
bem recebido e eu me adaptei à família. Dorothy me idolatra!
Meus pais vivem às
turras, mas se amam tanto! Esses dois são fantásticos! E acho que os amo e que
sou amado também.
Ouço o casal na
sala, abraçado e conversando sobre mim. Eu, sentado no chão, com minha irmã,
jogando Detetive com ela. É um exercício grande não mudar meu rosto, nem
trapacear no jogo, nem a fazer ver o que eu quero, nem ouvir os pensamentos de
ninguém. Esse exercício foi proposto por meu pai.
- Hei! – Dorothy chamou
minha atenção – Você já decidiu qual é o seu nome?
- No jogo?
- Não, seu besta.
De verdade. Nome e chamar. – Dorothy disparou e ouvi meus pais abafarem uma
risada.
Eu me dei conta que
ora sou chamado por Jackson ora por William e eu atendo. Fora os xingamentos da
Dorothy, minha pequena peste-demônia favorita.
- Eita, pequena
demônia! Sabe que não sei? Estou confuso. – confessei e a menina me abraçou.
Ela começou a
sussurrar no meu ouvido palavras de acarinho, da mesma forma que fazemos com
ela quando está em crise.
- Dorothy, o que foi?
– Mulder perguntou.
- Meu irmão grandão
está confuso. – a menina respondeu e me beijou o rosto pela primeira vez.
- Obrigado,
docinho. – eu sorri – Estou confuso. Já não sei quem sou eu.
- Está tudo bem. –
Dana falou serena – Vem cá. – ela bateu no sofá.
- Dorothy, vou
conversar com o papai e a mamãe um pouco. Podemos terminar o joga depois?
- Tá bom. Pega
minha bonequinha, por favor.
- Qual você quer?
- A que você me
deu. A que pegou na máquina do garra. Por favor.
Eu me levantei do
chão e peguei a boneca do outro lado da sala. Levei a boneca para menina e
falei:
- Depois, brincamos
mais, ouviu? – eu sorri e puxei a trança da pequena.
- Te amo, meu
besta. – ela sorriu.
- Também te amo, peste-demônia.
– eu acariciei a cabeça dela.
Sentei-me entre
meus pais e fui abraçado por eles.
- Quem você quer
ser? – Mulder me perguntou.
Continua…
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