Disclaimer: Não são meus e não estou ganhando nada com essa
história. Pertencem a 20 th Century Fox, a Chris Carter, a 1013.
Sinopse: Pré-S10. Dana Scully quer retomar contato com a mãe. Mulder sofre
com sua instabilidade, mas tem seguido o tratamento. Será que vão retornar ao
convívio?
Data de início: 08/06/2022
Data de término: 13/07/2022
Classificação etária: 16 anos
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6º Capítulo
- Hei, Mulder. Trouxe lasanha. – Scully falou pegando as sacolas no
carro.
- Hei, Scully. – ele sorriu carinhoso.
- Você está cozinhando? – ela sentiu o aroma e subiu as escadas – Parece
comida de minha… mãe! – ela viu a mãe na cozinha.
- Oi, Dana. Achei que o Fox estava precisando de cuidados de mãe. –
Maggie falou sorrindo – Venha me ajudar.
- Por isso, o Mulder está sorridente. – Scully entrou e já foi guardando
o que trouxe no armários e geladeira.
- Estou feliz por ter as duas mulheres da minha vida por perto. – Mulder
disse fechando a porta e sentando no sofá.
- Você tem muitas mulheres, não é mesmo? – disparou Scully.
- Não ligo mais para o disque você-sabe-o-quê. – Mulder falou divertido
– Ah, a Maya é lésbica e a Florença é uma vovó. Também são mulheres que cuidam
de mim.
- Eu sou sua mãe adotiva. – Maggie acrescentou.
- Mulder… – Scully parou no meio do caminho.
- Vocês se importam se eu me deitar um pouco? – Mulder perguntou.
- Você está lutando contra o cansaço, Fox. Deite-se. Quando tudo ficar
pronto, eu te chamo. – Maggie falou.
- Você está bem? – Scully perguntou.
- Sim. – ele respondeu antes de se entregar ao sono.
- Filha, sei que estão separados, mas…
- Eu vou ficar essa noite com ele também. Passei por cima de tudo o que
penso ser certo para vir aqui hoje. – Dana falou e pediu – Posso abraçá-la,
mamãe?
Maggie abraçou a filha e falou:
- Você agiu certo.
- Obrigada.
Mãe e filha prepararam a comida e arrumaram a mesa.
- O Fox ficou muito cansado, Dana.
- A médica ainda está tentando ajustar a medicação. Eu procuro não me
preocupar, mas não tem jeito. Eu me preocupo demais com ele.
- Eu vou ficar até o final de semana.
- Também pretendo ficar uns dias. O Mulder está instável.
- Não, Dana. A casa está limpa, ele asseado e cheiroso. Eu dei uma
olhada geral na casa. Está meio bagunçada, mas ele é assim.
- Mãe, estou dizendo que a medicação o deixou assim. A Dra. Fiori tem
cuidado bem dele, mas… Ah, ela não acertou a medicação.
- Dana, cuide dele. Como amiga e médica. Você verá como ele vai melhorar.
- Mãe, eu nem sei o que estou falando direito. Eu o amo tanto!
- E eu não sei?
Alguém bateu à porta. Mulder acordou sobressaltado.
- Está tudo bem. – Scully colocou a mão no ombro dele – Eu abro. – ela
abriu a porta e viu uma senhora – Olá.
- Olá. Meu nome é Florença Martini. Sou psicóloga e vim visitar o Sr.
Mulder.
- Olá. Sou Dana Scully. – ela apertou a mão da idosa – Entre, por favor.
- Obrigada. – Florença entrou e viu Mulder sentado no sofá – Olá,
Mulder. Vim te fazer uma visita e, se quiser, podemos conversar um pouco.
- Entre, Florença. – Mulder falou – Sente-se. Já conheceu a Scully. A
Sra. Scully é minha outra mãe postiça. – ele apontou para a cozinha.
- Olá. Quer um chazinho? – Maggie ofereceu.
- Aceito, sim. – Florença sorriu enquanto sentava na poltrona perto do
sofá – Como você está, Mulder?
- Cansado.
- Então, deite-se. Estarei sentada aqui perto de você. Trouxe uma torta
de maçã e uma de cereja.
- Obrigado. – Mulder sorriu e deitou-se.
- Eu levo para a cozinha. – Scully pegou o embrulho das mãos da
psicóloga e foi para a cozinha.
- Quer conversar? – Florença perguntou.
- Sim. Nossas sessões me fizeram falta. – Mulder respondeu – Eu estou
muito carente. Sei que é uma questão complexa e tal, mas queria trabalhar isso
hoje.
- Você viu como está bem amparado?
- Minha ex-parceira e a mãe dela.
- Você sente o quanto é amado?
Maggie entrou na sala com o chá.
- Aqui, Florença. Ouvi muito sobre você.
- Obrigada. – a mulher sorriu – Trato meus pacientes melhor do que meus
filhos.
As duas riram.
- Fox, quer chá? – Maggie perguntou – Ou um cafezinho para te deixar
mais alerta?
- Quero colo. – Mulder pediu com lágrimas nos olhos.
Maggie o colocou sentado e ajeitou-se no sofá. Trouxe o homem para
recostar nela e ficou acariciando os braços e o peito dele.
- Mulder, você sente o quanto é amado agora?
- Sim. – Mulder respondeu e fechou os olhos.
- É o suficiente, Mulder. Você ficou muito tempo sozinho e lutando pelo
amor dos outros. Você deixou de acreditar e confiar nas pessoas. É tempo de
perceber e sentir o quão você é amado.
- Florença, eu tenho essa dificuldade. Você sabe disso.
- Tem de ter calma, Mulder.
- Florença, eu sempre acabo sozinho. – ele reabriu os olhos.
- Você não está sozinho. Precisamos falar sobre o luto.
- Não quero.
- Tudo bem, Mulder, mas é importante falar. Bom, você está convalescendo
de uma fratura. Quer falar sobre isso?
- Tenho dormido melhor, mas ainda tenho pesadelos e, às vezes, insônia.
Naquela noite, eu tive um pesadelo e fiquei com sede. Estava no quarto lá em
cima. Então, levantei e, mesmo meio zonzo, desci as escadas. Eu caí e senti dor
nas costas. Não consegui levantar. Não sei quanto tempo fiquei no chão, mas a
Scully e a Sra. Scully chegaram e chamaram ajuda. Eu me senti tão sozinho
enquanto estava no chão. Eu sei que foi por amor… – Mulder respirou fundo e
ajeitou-se no colo de Maggie – Eu não estou mais sozinho.
- Isso, Mulder. Você pode sempre contar com outras pessoas. – Florença
aplaudiu – Você é um homem bom e teve a coragem de assumira fragilidade. Eu
estou orgulhosa de você.
- Você é a melhor psicóloga do mundo. – Mulder bocejou – Os remédios
estão me derrubando. Falei para a Maya na última consulta e quando ela foi me
ver no hospital, mas não acertamos a dosagem.
- Já pensou que você não tem mais 20 anos? Que seu corpo não acompanha
sua cabeça?
- Você tem 90 anos, dirige, clinica e cuida dos seus pacientes e sua
família.
- Tem razão, Mulder, mas com um ritmo diferente.
- Minha ex-amante me doutrinou a dormir, pelo menos, seis horas por
noite. Eu tenho dormido dez horas. Não direto, mas eu saí daquele estado de
privação de sono. – Mulder falou – Eu não vou parar a medicação por minha conta
nem fazer nenhuma besteira, mas eu estou ansioso por acertar a dosagem. Meu
organismo está confuso.
- Mulder, calma. Tem feito os exercícios de respiração?
- Sim. Só não tenho corrido mais, por causa da fratura, mas quero voltar
a correr.
- Sei que andar não é tua praia, mas dê umas voltas no entorno da casa.
Está um tempo bom, quer andar comigo? Umas duas voltas, porque você está
cansado. E devagar.
- Sim. – Mulder concordou.
- Muita obrigada pelo chá. – Florença dirigiu-se à Maggie – E pela ajuda
em fazer esse mocinho falar.
- É um prazer. – Maggie beijou a cabeça de Mulder – Quando retornar,
jantamos.
Mulder sentou-se no sofá e beijou o rosto de Maggie. Calçou os sapatos
e, ficando em pé, ofereceu o braço para Florença.
- Ah… Homem bonito, galanteador e sempre cavalheiro. – a mulher sorriu e
ficou em pé – Senhora, foi um prazer. Até logo!
- Até logo! – Scully falou da cozinha e sorriu – Obrigada!
- Eu os acompanho. – Maggie foi até a porta, deus os casacos para
Florença e Mulder, dizendo – Obrigada por cuidar tão bem desse menino.
- É um trabalhão! – Florença falou e riu – É um prazer. Obrigada.
Maggie fechou a porta e olhou a filha.
- Eu não sei qual a linha que a psicóloga segue, mas… – Dana começou a
falar, mas foi interrompida pela mãe.
- Dana, ele confia nela. Você sabe que o Fox tem problemas de confiar
nas pessoas. Você sabe disso.
- Mãe… Eu quero abraçá-lo e não deixá-lo mais sair dos meus braços. –
Scully falou com voz embargada – Estou meio sensível. Desisti de ficar chorando
em casa e resolvi vir para cá, ficar pertinho dele.
- Fez muito bem. Vamos arrumar a mesa? Logo, o Fox deve entrar.
XxX
Mulder retornou do passeio em volta da casa. Enquanto lavava as mãos,
foi abraçado por trás por Scully.
- Hei. Minhas costelas ainda estão doendo. – Mulder acariciou as mãos
dela – Você está bem?
- Sim. – ela o beijou nas costas.
- Eu não fiz nenhuma besteira. Eu cai. Só isso. Sei que não melhorei
tudo o que deveria, mas estou bem. – Mulder ficou de frente para Scully e
abraçou-a – Você está bem?
- Já disse que estou. – Scully falou e beijou o peito dele.
- Você deixou duas marcas de batom na minha camiseta. O que vão pensar
de mim? – Mulder brincou.
- Seu bobo. – Scully riu e separou-se dele.
- Que bom que voltou, filho. – Maggie viu o casal entrar na cozinha –
Vamos comer.
- Maggie, eu não sei como agradecê-la. – Mulder falou – E acho que terei
de chamar a vizinhança para comer nos próximos dias.
- Não será preciso, Fox. Eu ficarei aqui até domingo. – Maggie falou –
Sente-se. Mamãe vai servir você. Dana, ajuda a mamãe, por favor.
Mulder obedeceu-a. Viu mãe e filha interagindo e servindo o jantar.
Após comerem, Scully falou:
- Pode passear comigo, Mulder?
- Está com ciúmes da Florença!
- Sim. – Scully riu – Só vou lavar a louça.
- Nada disso. Eu lavo. – Mulder falou – A Maggie cozinhou, você foi
assistente e eu vou lavar a louça.
- Crianças, querem parar? – Maggie falou suave – Eu vou arrumar a
cozinha. Vocês vão dar um passeio e se agasalhem.
Scully foi para a porta e esperou Mulder com os casacos na mão.
Caminharam lado a lado em silêncio. A brisa fria já se anunciava. O céu azul
escuro era o palco das estrelas brilhantes. Então, Scully parou e olhou Mulder.
Sorriu entre lágrimas.
- O que foi, Scully? – Mulder perguntou – Estamos em paz, né?
- Sim. Não é você. Sou eu.
- Eu te amo. Está tudo bem. Estamos bem separados. Só não pode ter
ciúmes.
- Mulder, eu fiquei tão preocupada com você.
- Eu estou bem. Você está bem. Como posso te ajudar?
- Você pode me beijar. – Scully falou.
Mulder abraçou-a carinhoso e trocaram beijos singelos. Em instantes, os
beijos se intensificaram, línguas duelaram e as mãos viajaram pelos corpos. Aos
poucos, as bocas foram se distanciando.
- Isso foi saudades. – Mulder sussurrou.
- Recaídas mão podem acontecer. – ela falou sem convicção.
- Vamos voltar?
- Não ainda.
- Perdão por tudo que eu te fiz passar.
- Mulder, desde quando você chama minha mãe pelo primeiro nome?
- Ela pediu. Estou treinando. – ele acariciou os braços dela – Você não
está com ciúmes de sua mãe, está?
- Eu morro de ciúmes de você, Mulder. – Scully confessou.
- Eu não tenho ciúmes de você. Sempre confiei em você. Até achei que
podia te empurrar para outros caras. – Mulder riu – Tenho ciúmes sim. E muito,
mas uso subterfúgios para driblar os ciúmes.
- Está esfriando. Vamos entrar.
- Scully, não foge de mim. Fica essa noite comigo.
- É claro que vou ficar aqui. Sem recaídas.
- Dana, sua mãe tem me ligado e, hoje, ela veio ficar comigo. A Maggie
está me tratando como…
- Um filho. Ela te adotou, mas você não me trate como irmã, viu?
- Minha Scully… Nunca vou te tratar como irmã. Irmãos não tem atividades
interessantes na cama. – Mulder abraçou-a novamente e roubou-lhe um beijo.
- Mulder… – Scully beijou-o novamente – Quero ficar na cama hoje.
- Eu fico no sofá.
- Nada disso. Vamos dormir essa noite juntos.
- Scully…
- Vem. – ela começou a puxá-lo pelo braço – Vamos entrar.
Maggie estava olhando o céu na varanda, tomando chá. Viu o casal voltar
de braços dados e rindo. Apenas sorriu. Viu uma centelha de paixão ser acesa
novamente.
- Querem chá? Está uma noite tão linda. – a mulher mais velha falou.
- Eu vou tomar um pouquinho, mas vou levar para a cama. – Mulder falou e
recebeu um carinho de Scully – Vou tomar chá enquanto leio. Eu fico bem
cansado, mas estou tendo pesadelos. Um pouco de chá ajuda a relaxar.
- Eu te acompanho, mamãe. – Dana falou e subiu as escadas.
Mãe e filha tomavam chá, sentadas na varanda e em um confortável
silêncio.
Mulder veio desejar boa noite a elas. Beijou a testa de Maggie e trocou
um selinho com Scully. E, assim, recolheu-se.
- Recaída, Dana? – a mãe se divertiu.
- Nós nos beijamos enquanto passeávamos. E o Mulder, de vez em quando,
me beija.
- Não precisa explicar. Eu sempre torci por vocês.
- Eu sei. Mãe, eu vou ficar com ele no quarto essa noite.
- Vocês são adultos e meio casados.
- Não somos casados.
- Podem não ser, mas sempre agiram como se fossem.
- Mamãe, eu vou entrar. Estou com frio.
- Boa noite. – Maggie olhou a filha entrar na casa – Sempre fugindo.
Scully entrou no quarto e viu Mulder sentado na cama, cochilando com um
livro na mão.
Continua…
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