2º Capítulo
Mais tarde, em
Reefside, Tommy e Jason conversavam:
- Quero saber de
tudo, Jason.
- A Kimberly caiu
da barra fixa na última competição. O cara com quem ela estava tinha atitudes…
- O namorado era
violento?
- Sim, Tommy.
- E você sabia?
- Mais ou menos.
- E ela não se
defendeu, por quê?
- Ela tinha medo.
Conversei muito com ela e dei uma surra no cara na primeira oportunidade.
- Obrigado.
- Não o deixei
inconsciente, mas bati mesmo. Eu o arranquei de cima dela.
- E o que podemos
fazer?
- Eles estão
separados. Não precisamos fazer mais nada quanto a isso?
- E para ajudar a
Kimberly? Alguém a visita no hospital?
- A Aisha e o Rocky
moram lá perto. A Aisha tem ido, pelo menos, uma vez por semana para saber da
Kim. Quando dá, vai todos os dias.
- E a família dela?
- O pai dela nem
quer saber dela. Caroline está na França, mas tem informações diárias da filha.
A equipe médica sempre telefona.
- E você?
- Ela está com
medo. Só aceita a Aisha com visita.
- O que houve,
Jason?
- Sofreu abuso
físico. O cara batia nela e …
- Abuso sexual?
- Sim, Tommy. –
Jason falou.
- Isso é muito para
mim, Jason. – Tommy fechou os olhos e engoliu em seco.
- Desculpe, Tommy.
Você está bem?
- Um pouco
nauseado, mas vai passar.
- Eu não a vi. Estou
muito preocupado também.
- Será que eu
consigo vê-la? Nem que seja pelo vidro do quarto. Estou com uma necessidade
muito grande de vê-la.
- Eu vou te
escrever todas as informações. – Jason pegou um papel e uma caneta – Quando
estiver pronto, procure-a.
Mais tarde, Tommy
desembarcava na casa de seus pais.
- Filho! Não te
esperava hoje. – Jane bordava na sala.
- Mãe. – foi tudo o
que Tommy falou antes de começar a chorar.
- O que foi?
Tommy ajoelhou-se
ao lado da mãe e chorou no colo dela.
- Filho, o que há?
- Kimberly. – Tommy
falou entre lágrimas.
- O que aconteceu,
querido?
- Ela caiu da barra
fixa.
- Está muito
machucada?
- Alguma coisa na
cervical, na coluna.
- Oh, meu amor.
Onde ela está?
- Numa clínica. Na
Flórida.
- Não é só isso. Senta
no sofá e conta pra mamãe o que está acontecendo.
Tommy obedeceu e
sentou ao lado da mãe. Respirou fundo, enxugou as lágrimas e começou:
- Fiquei sabendo
pela televisão que ela estava internada. Liguei para o Jason e ele me contou
que a Kim caiu da barra em uma competição. Depois, veio em casa e conversamos.
Ela está com alguma luxação na cervical. Mas não sabemos o estado dela.
- Não sabe a
gravidade da lesão? O Jason não sabe?
- Aí que está o
grande problema. A Kim estava com um cara que abusou dela física e sexualmente.
Ela só aceita a Aisha ao lado dela.
- Meu amor, você
quer ajudá-la?
- Acho que sim.
- Acha?
- Acho. Não tenho
certeza, mãe. Estou sentindo necessidade de vê-la. Nem que seja pelo vidro.
- Vai viajar?
- Vim para cá para
pensar antes de decidir.
- E a escola?
- Já conversei com
a minha diretora. Entrarei com um pedido de licença.
- Filho, se quer
vê-la, vá. Eu te dou todo meu apoio.
- Obrigado, mãe.
Vou descansar e, amanhã, vejo tudo certinho para ir à Flórida. – Tommy enxugou
as lágrimas e abraçou a mãe – Obrigado. Sabia que a senhora iria me ajudar.
- Você ainda a ama?
- Não sei. – Tommy
separou-se da mãe.
- Precisa pensar.
Suba para seu quarto e descanse até o jantar. Pense bastante.
Tommy levou as
malas para seu antigo quarto e dormiu. Acordou com seu pai chamando:
- Tom, pedi pizza.
Quer jantar, meu filho?
- Oi, pai. Já vou.
Tommy jantou com os
pais e conversou sobre sua decisão.
- A Kimberly
precisa de mim e eu vou ajudá-la.
- Isso mesmo,
filho. Não esperávamos menos de você. – John Oliver disse.
- Querido, se
precisar de ajuda, pode contar conosco. – Jane Oliver falou acariciando o braço
do filho.
- Já marquei a
passagem para amanhã. Já pensei em tudo. – Tommy sorriu – Eu quero muito vê-la.
- Que bom, meu
amor. Terminando de jantar, vá descansar. Será um longo voo.
- Você precisa
estar bem para ajudá-la, filho.
Na tarde do dia
seguinte, Tommy desembarcava na Flórida. Foi recebido por Rocky e Aisha:
- Hei, grandão,
tudo bem? – Aisha o abraçou.
- Oi, ‘Sha. – Tommy
abraçou a amiga – Eu estou bem.
- Tommy! – Rocky
abraçou o amigo.
- Oi, Rocky.
- Que bom que veio.
– Rocky pegou a bolsa do ombro de Tommy – Nós te damos carona até o hotel.
- Obrigado.
TKTKTK
Tommy instalou-se
no hotel e pediu aos amigos:
- Quero muito ver a
Kimberly.
- O horário de
visita começa daqui a pouco. – Aisha informou – É melhor descansar. Foi uma
viagem longa.
- Sinto uma
necessidade grande de vê-la. – Tommy confessou – Não vou conseguir descansar
sabendo que a Kimberly está sozinha, no hospital.
- Tudo bem. Vamos
ao hospital ver se conseguimos que você a veja. – Aisha suspirou.
- Eu agradeço
tanto. – Tommy falou sincero.
TKTKTK
No hospital, os
amigos conversavam com a médica de Kimberly. Dra. Walson explicou que as lesões
causadas pela queda já estavam curadas, mas ela não havia dado alta para
Kimberly devido a lesões que indicavam violência.
- Dra., o que
podemos fazer para ajudá-la? – Tommy perguntou.
- Estamos iniciando
um tratamento psicológico com ela. – a médica explicou – Mas, no momento, não
tenho psicóloga. Ela não aceita profissionais homens.
- A senhora
descobriu algo que possa explicar esse comportamento? – Tommy quis saber.
- Só as lesões. A
única visita que ela aceita e eu permito é a Sra. DeSantos. Mas, posso
autorizá-lo a vê-la pelo vidro. – a médica falou cautelosa.
- Eu agradeço, dra.
– Tommy falou aliviado – Quero muito vê-la, nem que seja pelo vidro. Eu vim da
Califórnia para isso.
- Eu já a vi hoje.
A Kimberly está acordada. Eu o acompanharei, Sr. Oliver. – a médica falou
levantando-se da cadeira e dirigiu-se à Rocky e Aisha – Peço que aguardem na
sala de espera.
A Dra. Walson
acompanhou Tommy até a ala onde Kimberly estava internada. Tommy olhou a
ex-namorada pelo vidro.
Continua…
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