Título: Complementos
para o episódio “Empédocles”
Autora: Rosa Maria
Lancellotti
Disclaimer: Não são
meus e não estou ganhando nada com essa estória. Pertencem a 20th Century Fox,
a Chris Carter, a 1013.
Sinopse: Apenas acrescentei
cenas ao episódio.
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Dana Scully estava
recuperando-se no hospital de um susto durante sua gravidez. Já era noite e ela
não conseguia dormir.
A enfermeira chegou e
checou os monitores.
- Boa noite. Como está
se sentindo?
- Melhor.
- Que bom! Está sem
sono?
- Sim.
- Quer conversar para
passar o tempo? Você é a última pessoa que tenho que visitar. – a enfermeira
puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama – Pode me chamar de Ruth.
- Ruth, chame-me de
Dana.
- Ok, Dana. Algum
problema?
- Estou me sentindo
sozinha.
- Você recebe dois
lindos cavalheiros. Um de olhos azuis e o outro de olhos verdes. Eles insistem
em entrar, mesmo que sempre levem bronca.
Scully sorriu e
falou:
- São meus parceiros
no trabalho no FBI. Um trabalhou comigo e o outro ainda trabalha.
- Desculpe ser
indiscreta, mas algum deles é o pai desse bebê?
Scully corou.
- Desculpe, Dana. –
Ruth também ficou constrangida.
- Não precisa se
desculpar. É um deles sim. O de olhos verdes. – Dana disse acariciando a
barriga.
- Ele está lá fora.
Quer que eu o chame?
- Por favor. O nome
dele é Mulder.
- Ok. Vou deixa-lo
ficar até você dormir. Eu não poderia fazer isso, mas... Tudo para deixar as
futuras mamães bem.
- Obrigada, Ruth.
- Boa noite. Estarei
de plantão até amanhã cedo. – a enfermeira saiu do quarto e encontrou Fox
Mulder sentado no banco do corredor. Ele ainda usava as roupas de trabalho – Sr
Mulder?
- Sim. – Mulder levantou-se.
- Dana quer vê-lo. Eu
não deveria deixar, mas vou fazer vistas grossas. Entre.
- Obrigado. – Mulder pegou
o paletó e entrou no quarto – Scully?
- Oi, Mulder. –
Scully estendeu a mão para ele.
Mulder fechou a porta
e pegou na mão dela. Beijou as costas da mão de Dana.
- Oi, Scully. Você
está bem? – sentou-se na cadeira ao lado da cama, ainda segurando a mão de
Scully.
- Estamos bem. Estava
me sentindo sozinha. Então, pedi à enfermeira para te chamar. Sabia que você
viria passar a noite no corredor.
- Quer que eu fique?
- Sim, Mulder. Eu não
estou te vendo direito. Está difícil eu me mexer com esses fios ligados a mim.
- Você quer me ver? –
Mulder largou a mão de Scully, deixou o paletó na cadeira e posicionou-se ao
lado da cama – Pronto. Melhor?
- Preciso olhar nos
seus olhos, Mulder.
Ele sorriu e falou:
- Scully, está sem
sono?
- Sim. Eu não consigo
me mexer com esses fios, já te disse. Não tenho posição para dormir.
- Quer alguma coisa?
- Quero fazer uma
reclamação.
- Diga, Scully, estou
te ouvindo.
- Você só passou a
mão na minha barriga uma vez. Gostaria que fizesse isso novamente. Desconfia de
mim? Essa criança é o meu bebê sim, mas eu não o fiz sozinha. Ele foi gerado da
maneira tradicional, já que a inseminação artificial não deu certo. – Scully tinha
lágrimas nos olhos.
- Fique calma,
Scully. Não chore.
- Eu não iria para
cama com outro homem. Esse bebê é um milagre. Um milagre o qual você pediu para
eu não desistir. Eu não pensava em engravidar quando resolvi me entregar a
você, Mulder. É o nosso milagre. Hoje, mais cedo, quando você passou a mão na
minha barriga, eu vi sua emoção. Vi que estava feliz. Você sabe que é
importante para mim essa crianças, o nosso bebê. Você também queria ser pai.
- Eu sempre quis um
filho seu, Scully. – Mulder disse inclinando-se e beijando a barriga por cima
da roupa – Amo você, Scully. Amo... Amo... Vocês.
- E nós te amamos.
Mulder começou a
acariciar a barriga de Scully delicadamente.
- Obrigada. Estou
melhor.
- Que bom! Tente
dormir, Scully. Descanse. Vai ser bom para você.
- Continue com o
carinho. Está tão bom. Acalma a mim e ao bebê.
- Está sentindo dor?
- Não. No hospital a
gente recebe tanta coisa que não sentimos dor. – Scully bocejou – Estou ficando
com sono.
- Vou ficar até você
dormir, Scully.
- Cadê meu beijo de
boa noite?
Mulder beijou-a nos
lábios com delicadeza.
- Boa noite, meu
amor.
- Boa noite, Mulder.
Eu já estava com saudades disso.
- E eu também. – Fox voltou
a acariciar a barriga de Dana – Dorme, dorme que eu estarei lá fora.
- Não, Mulder. Vá
para casa. Descanse. Promete?
- Prometo, Scully.
Volto amanhã, então.
Mulder continuou
acariciando a barriga de Scully até que ela dormisse profundamente. Saiu do
quarto e foi para casa.
No dia seguinte,
Scully acordou com Margareth Scully entrando no quarto.
- Bom dia, Dana.
- Bom dia, mamãe.
- Você vai sair daqui
para um quarto simples. – Maggie beijou-lhe a testa – Quer que eu fale com o
Fox?
- Depois, mamãe.
Logo o Dr Klein
entrou no quarto e conversou com Dana. Horas depois, ela já estava em um quarto
sem tanta aparelhagem. Tomou café da manhã e teve a mãe como companhia.
- Mamãe, acho que devo
ter alta entre hoje e amanhã.
- Por que está
falando isso, Dana?
- Estamos desde cedo
sem falar nada. A senhora costurando e eu, pensando.
- Ligue para o Fox.
- É o que eu vou
fazer.
Scully pegou o
telefone e discou.
- Mulder.
- Mulder, sou eu.
Onde você está?
- No escritório. Você
está bem?
- Estou bem. Agora,
estou no quarto. Estou ligando para avisar.
- Já estou indo para
aí. – Mulder desligou.
- Vocês ainda não se
despedem? – Maggie perguntou.
- Não, mamãe. Antes,
já não nos despedíamos. Agora, depois de vê-lo... e ter pensado que me despedi
dele para sempre... Sabe, acho que é para nunca pensarmos que vamos nos separar
de verdade algum dia.
- Ele esteve aqui o
tempo todo, não é?
- Sim. Passou por
aqui mesmo quando eu estava sonolenta.
Mãe e filha
conversaram até a hora do almoço. Durante a tarde, ficaram lendo e fazendo
palavras cruzadas. Maggie foi comprar algumas balas.
- Você fica linda de
óculos. – Mulder disse entrando no quarto.
- Você também fica
lindo. – Scully rebateu sorrindo ao ver que ele também estava de óculos.
- Eu não havia
percebido. – Mulder segurou a gravata e curvou-se para beijar os lábios de Scully.
- Aqui não, Mulder. –
ela sussurrou.
- Agora já beijei. –
Fox disse tirando o paletó e colocando em cima do sofá, junto com sua pasta.
Voltou e sentou-se na cama ao lado de Scully – O que está fazendo?
- Palavras cruzadas.
- Cadê a Maggie?
- Foi comprar balas
para nós. Achei que chegaria rápido.
- Precisei resolver
uns problemas.
Margareth entrou no
quarto.
- Oi, Fox.
- Oi, Sra. Scully.
- Querida, trouxe
balas de alga e de goma. Qual você quer? – Maggie perguntou sentando-se na
cadeira ao lado da cama de Scully, no lado oposto a Mulder.
- As de alga, mamãe. –
Dana sorriu.
- Você não muda,
Scully? –Mulder brincou.
- E você, Fox? –
Maggie ofereceu.
- Vou experimentar as
de algas, Sra. Scully.
- Você está
brincando, Fox.
- Não, senhora. Estou
falando sério.
Maggie balançou a
cabeça e distribuiu as balas.
- Posso saber por que
vocês dois estão usando óculos? – Maggie quis saber.
- Eu estava fazenda
palavras cruzadas, mamãe. – Dana respondeu.
- E eu me esqueci de
tirar. – Mulder fez menção de tirá-los, mas Scully o impediu.
- Não tire. Eu gosto
quando você está de óculos, Mulder. – Dana disse segurando as mãos e baixando a
voz acrescentou: - E é sexy.
Os três ficaram
conversando até o final da tarde.
- Bom, eu vou para casa. – Mulder disse
acariciando o braço de Scully – Eu te ligo.
- Ah, Mulder, fica. –
Scully disse ajeitando-se na cama – Estou brincando. Vá para casa. Dorme um
pouco.
- Fox, vá para casa.
Eu fico com ela. – Maggie disse compreensiva.
- Mamãe, vá para
casa. Eu fico bem. – Dana sorriu. Beijou o rosto de Mulder e a mão de Margareth
– Amamos vocês dois.
- Tudo bem, minha
filha. – Maggie levantou-se, vestiu seu casaco e pegou sua bolsa. Beijou a
testa da filha e despediu-se: - Tchau. Amanhã, eu volto. – disse acariciando a
barriga de Dana.
- Sra. Scully, eu a
levo. – Mulder beijou a cabeça de Dana – Tchau.
- Pode tirar os
óculos, Mulder. – Scully disse tirando os dela – Não está esquecendo nada?
- Estou. – Mulder voltou
para o lado de Dana sob o olhar de Maggie. Ajudou-a a se deitar, cobriu-a e
beijou-lhe a face – Boa noite, meu amor. – sussurrou acariciando a barriga de
Scully.
Saiu do quarto e foi
levar a Sra. Scully em casa.
No final do dia
seguinte, Scully recebeu alta. Mulder levou-a para casa, pediu pizza, entregou
o presente que trouxera e conversaram um pouco. Dana agradeceu-o por ter dado a
ela força para acreditar. A sala ficou em silêncio até que Mulder resolveu
falar:
- Scully, sei que
você está sem fome, mas come só esse pedaço. Você ainda precisa tomar seus
remédios.
- Tudo bem. – Dana mordeu
o pedaço de pizza.
Acabaram de comer e
Mulder foi arrumar a cozinha. Quando voltou, encontrou Scully acariciando a
barriga e falou:
- Quer ir deitar ou
quer conversar?
- Conversar, Mulder. –
Dana olhou-o e ele sentou-se ao lado dela – Você não só me ensinou a acreditar,
você me deu esse bebê.
- Pensei que nunca
iria dizer isso. Sua mãe sabe?
- Sim, mas guarda
segredo.
- Já sabe o sexo?
- Sim, mas prefiro
não revelar.
- Ótimo. Quero ter
uma surpresa.
- Vou deitar. –
Scully disse ajeitando-se no sofá.
- Eu te ajudo. –
Mulder levantou-se e colocou-se em frente a ela – Quer se apoiar em mim?
- Quero ficar aqui no
sofá.
- O sofá é ruim para
suas costas, Scully.
- Quero deitar no seu
colo, Mulder.
- Tudo bem, mas
podemos fazer isso no quarto. Vem, Scully. – Mulder estendeu as duas mãos para
ela – Vamos descansar?
- Você vai ficar me
devendo essa. – Scully disse pegando nas mãos dele, que a apoiou e a levantou –
Me põe na cama?
- Claro. – Mulder passou
o braço esquerdo na cintura dela e com a mão direita pegou uma das mãos de
Scully. Guiou-a até o quarto, ajudou a tirar o chinelo e o casaco – Eu já
venho. Vou fechar tudo e apagar as luzes.
Scully estava sentada
na cama e viu Mulder desaparecer no corredor. Respirou fundo e foi ao banheiro.
Quando saiu, encontrou-o esperando-a do lado da porte.
- Vou pôr o meu
pijama e já vou sair, ok, ruiva?
Algum tempo depois, os
dois já estavam na cama. Sentados lado a lado, encostados em travesseiros e
lendo.
- Mulder, faz um
favor? – Scully perguntou dengosa.
- Diga, meu anjo. –
Mulder marcou a página e fechou o livro.
- Pode me trazer um
pouco de Coca-Cola?
- Posso? Quer mais
alguma coisa?
- Você.
Mulder riu e foi
buscar o refrigerante para satisfazê-la. Em poucos minutos, ele voltou.
- Obrigada. – Scully tomou
um grande gole de refrigerante e colocou o copo no criado mudo – Quer sentir o
bebê, Mulder? Ele está mexendo bastante.
- Quero muito. –
Mulder sentou-se ao lado dela – O que eu faço?
- Dê-me sua mão.
Mulder estendeu a mão
para ela. Estava trêmula. Dana o guiou até sua barriga. Colocou a mão dele no
meio da barriga e deu dois tapinhas na mão de Mulder dizendo:
- Relaxa essa mão. –
ela pegou novamente o copo de refrigerante e terminou com o conteúdo – Relaxa,
querido. Relaxa, Mulder, essa mão. – sorriu e perguntou: - Está tão tenso e
tremendo por quê?
- É o meu filho,
Scully. – Mulder sorriu com lágrimas nos olhos – É o nosso milagre! Dizem que
se falarmos com o bebê, ele nos ouve. Posso conversar com o bebê?
- Pode. – Scully também
tinha lágrimas nos olhos – Fale com ele, Mulder. Assim ele reconhecerá a voz do
papai.
- Oi, bebê. Aí está
quentinho, não está? Sua mãe é uma mulher maravilhosa e você é muito forte.
Vocês sofreram muito, não é? Meu amor, papai está aqui agora. – Mulder acariciava
suavemente a barriga de Scully – Estou indo bem, Scully?
- Muito bem. Eu te
amo, Mulder. – Dana chorava, emocionada com a cena. Não havia conversado com
Mulder sobre o que passou durante o tempo em que ele esteve desaparecido.
- Sabe, eu não me
vejo como pai ainda. – as lágrimas escorriam pelo rosto de Fox.
- Mas, eu sempre te
vi como pai. Pai de meus filhos. Mesmo antes de nos envolvermos, antes de eu
saber que eu não podia ter filhos, antes da Emily...
Ambos choravam.
- Dana, eu queria ser
pai. Pensei muito nisso. Quando você consegue engravidar, eu sou abduzido.
- Fox, você não tem
culpa. Deita aqui comigo.
Mulder enxugou as
lágrimas do rosto de Scully, ajudou-a a deitar e cobriu-a carinhoso. Deitou-se
ao lado dela.
- Pronto. Estou aqui.
Quer se ajeitar?
Scully abraçou Mulder
e acertou seu corpo junto ao dele.
- Scully, já tomou
seu remédio?
- Já. Estou te
machucando?
- Não, querida. Você
precisa encontrar a posição que mais te deixa confortável.
- Mudamos de assunto,
Mulder.
- Scully, tente
descansar. Amanhã, teremos o dia todo para conversar.
- Boa noite, Mulder.
- Durma bem, Scully. –
Mulder beijou-lhe a testa.
O casal dormiu a
noite toda abraçados.
Na manhã seguinte,
Mulder acordou com Scully se levantando.
- Oi, Mulder.
Desculpe se te acordei. Eu já volto. – Scully foi ao banheiro e, em poucos
minutos, voltou para a cama – Eu estou bem. Bom dia. – beijou-lhe a testa.
- Oi, Scully. Você
não me deixou falar.
- É. Continue aqui
comigo. Ainda é cedo para levantarmos. Ainda estou com sono. Falta pouco para
as seis da manhã. Volte a dormir.
- Você também.
Eles voltaram a
dormir. Acordaram duas horas depois.
Passaram o dia
namorando e conversando sobre as mudanças na vida deles com a chegada do bebê.
Ao final, nada
decidiram. Deixariam as coisas acontecerem.
FIM
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